É POR AMOR
Alexandre Pires (2001)
Crítica
Cotação:
Sai o pagode romântico, entra o romantismo romântico. É assim, romântico ao quadrado, que Alexandre Pires (também do Só Pra Contrariar, até segunda ordem) se apresenta em sua carreira solo. Versão em português de um álbum lançado originalmente no mercado latino-americano, É Por Amor apresenta um som 100% compatível com o que há de mais "emplacável" neste mesmo mercado. Leia-se charme canastrão nas performances, doses firmes de sacarina nos arranjos e muito, muito, muito romantismo. Se o que é bom para os hermanos latinos também é bom para nós...
O que salva o conjunto é o state of the art da coisa toda. O capricho e o luxo da produção deixam o álbum um tantinho acima da ruindade. E ainda tem a suprema justificativa da eficiência. Pode-se não gostar das músicas, mas negar que esteja tudo muito bem feito é impossível. Alexandre canta bem, melhor que praticamente todos os outros vocalistas revelados pelo pagode romântico. Sob a produção de um quarteto de figurões latinos, o ex-pagodeiro tenta enfeixar algumas ousadias, que surgem em detalhes aqui e ali. Como os luxuosos vocais femininos em Você Roubou a Minha Vida, ou a base eletrônica meio xumbrega em Sem Teu Amor Nada É Igual. Há uma batidinha dançante safada em Foi Demais, o que combina com a tentativa de salsa em Se Chove Pra Cima. E impressiona o glamouroso arranjo de cordas na introdução da faixa-título.
Infelizmente, os detalhes não apagam a filiação explícita de Alexandre à escola Zezé Di Camargo de breguice, evidente nas guitarrinhas de Necessidade, ou no meio-bolero de Se Ela Me Amasse, com seus violões dedilhados afogados por tecladinhos melosos. Aí não há state of the art que dê jeito. Aos sobreviventes da odisséia, ainda há de bônus(?) Usted Se Me Llevo La Vida, a versão original (em espanhol) da música que abre o álbum. Não tem jeito: toda a classe do pacote não esconde que É Por Amor se dirige apenas a quem confunde romance com sentimentalismo barato. E com música de gosto duvidoso.(Marco Antonio Barbosa)
O que salva o conjunto é o state of the art da coisa toda. O capricho e o luxo da produção deixam o álbum um tantinho acima da ruindade. E ainda tem a suprema justificativa da eficiência. Pode-se não gostar das músicas, mas negar que esteja tudo muito bem feito é impossível. Alexandre canta bem, melhor que praticamente todos os outros vocalistas revelados pelo pagode romântico. Sob a produção de um quarteto de figurões latinos, o ex-pagodeiro tenta enfeixar algumas ousadias, que surgem em detalhes aqui e ali. Como os luxuosos vocais femininos em Você Roubou a Minha Vida, ou a base eletrônica meio xumbrega em Sem Teu Amor Nada É Igual. Há uma batidinha dançante safada em Foi Demais, o que combina com a tentativa de salsa em Se Chove Pra Cima. E impressiona o glamouroso arranjo de cordas na introdução da faixa-título.
Infelizmente, os detalhes não apagam a filiação explícita de Alexandre à escola Zezé Di Camargo de breguice, evidente nas guitarrinhas de Necessidade, ou no meio-bolero de Se Ela Me Amasse, com seus violões dedilhados afogados por tecladinhos melosos. Aí não há state of the art que dê jeito. Aos sobreviventes da odisséia, ainda há de bônus(?) Usted Se Me Llevo La Vida, a versão original (em espanhol) da música que abre o álbum. Não tem jeito: toda a classe do pacote não esconde que É Por Amor se dirige apenas a quem confunde romance com sentimentalismo barato. E com música de gosto duvidoso.(Marco Antonio Barbosa)
Faixas