RESPEITEM MEUS CABELOS, BRANCOS
Chico César (2002)
2002
MZA Music
2407001-2
Crítica
Cotação: 
A cada novo disco, o paraibano Chico César aprimora seu jeito de cantar e compor em direção ao romantismo. Mas não é o romantismo entupido de clichês que grassa nas paradas, e sim uma noção peculiar de como o amor e seus descaminhos podem influenciar a música popular. Por isso, a ironia crítica contida no título do álbum é apenas verniz, que encobre a arte cada vez mais lírica e doce do compositor.
A criatividade e o ecletismo de CC aparecem de forma bem destacada ao longo do disco, que faz escalas em várias vertentes da música nordestina - apesar de ter sido gravado/composto também em Londres, Rio de Janeiro e São Paulo. Chico incursiona pelo coco (em Sem Ganzá Não É Coco) e pelo xote (Mandacaru) com muita propriedade. Também aproveita para dar uma chegadinha ao Maranhão, mimetizando o sotaque reggaeiro de São Luiz para criar as balançadas Nas Fronteiras do Mundo e Respeitem Meus Cabelos, Brancos.
Mas é mesmo nas baladas que Chico César encanta. Céu Negro, Pétala por Pétala, Antes que Amanheça e Templo (esta regravada de seu próprio repertório anterior) são lindas, e já têm lugar entre o melhor da obra do compositor. Tanto que quase chegam a ofuscar a candidata à "pérola escondida" do disco - Antinome, gravada com Chico Buarque e resgatada do bendito Festival da Música Brasileira organizado pela Rede Globo em 2000. Ambos os Chicos saem-se bem na música de melodia sinuosa, sublinhada por uma sanfona (de Toninho Ferraguti) que lhe empresta um ar de tango. A pungente letra de Bráulio Tavares para Teofania ("Quanta solidão e eu não sei / se homem só suportarei / um sinal, um não / e silencie, aqui e além, a dor") é outro dos pontos altos.(Mônica Loureiro)
A criatividade e o ecletismo de CC aparecem de forma bem destacada ao longo do disco, que faz escalas em várias vertentes da música nordestina - apesar de ter sido gravado/composto também em Londres, Rio de Janeiro e São Paulo. Chico incursiona pelo coco (em Sem Ganzá Não É Coco) e pelo xote (Mandacaru) com muita propriedade. Também aproveita para dar uma chegadinha ao Maranhão, mimetizando o sotaque reggaeiro de São Luiz para criar as balançadas Nas Fronteiras do Mundo e Respeitem Meus Cabelos, Brancos.
Mas é mesmo nas baladas que Chico César encanta. Céu Negro, Pétala por Pétala, Antes que Amanheça e Templo (esta regravada de seu próprio repertório anterior) são lindas, e já têm lugar entre o melhor da obra do compositor. Tanto que quase chegam a ofuscar a candidata à "pérola escondida" do disco - Antinome, gravada com Chico Buarque e resgatada do bendito Festival da Música Brasileira organizado pela Rede Globo em 2000. Ambos os Chicos saem-se bem na música de melodia sinuosa, sublinhada por uma sanfona (de Toninho Ferraguti) que lhe empresta um ar de tango. A pungente letra de Bráulio Tavares para Teofania ("Quanta solidão e eu não sei / se homem só suportarei / um sinal, um não / e silencie, aqui e além, a dor") é outro dos pontos altos.(Mônica Loureiro)
Faixas
