SONGS FROM THE TIN
Da Lata (2000)
Crítica
Cotação:
É Da Lata, mas não tem nada a ver com a aeróbica samba-funk manemolente de Fernanda Abreu. A banda de Liliana Chachani tem um outro referencial feminino, anterior à ex-vocalista da Blitz, e com muito mais renome na Inglaterra: Joyce. É ela a inspiração para o canto, o balanço e a delicadeza que encontramos de Songs From The Tin. Deixando de lado o elegante colorido eletrônico, dado por Patrick Forge e Chris Franck, pode-se lembrar ainda daquele Milton Nascimento em seus discos mais étnicos. É porque o português Oli Savill enche de percussões africanas músicas como Binti, Cores e Inaê, que se encaixam bem no vocal joyceano de Liliana (que, a bem da verdade, tem um registro mais grave que a matriz). Ela, por sua vez, é o destaque em faixas como Cores (que tem belas cordas da Urban Soul Orchestra), O Mago e a Borboleta (com sua melodia tocante), o samba Prá Manhã (uma das melhores faixas do disco), a acid bossa Indo e Rio Vida. Em Rain Song, Liliana recebe reforço vocal de Nina Miranda, do Smoke City - o batuque de maracatu casa muito bem com o violão de bonitas harmonias. Songs From The Tin é um disco que mantém sua unidade até o fim - mesmo as faixas mais diferentes do resto, como Trégua (uma exploração percussiva) e The Tin Whithin (instrumental de violões), estão inseridas no contexto. Aos brasileiros, o CD pode soar um pouco desenraizado, cosmopolita demais, com um certo jeitão de sofisticada salada world music, mas ele melhora a cada audição. Perto de picaretagens feitas em nome da brasilidade (como o Samba de Janeiro, do Bellini), o Da Lata é um bálsamo.
(Silvio Essinger)
Faixas
1
Binti
2
Cores
3
Rain song
4
O mago e a borboleta
5
Prá manhã
6
Trégua
7
Inaê
8
Indo
9
Rio vida
10
The tin within