DOMINGUINHOS AO VIVO
Dominguinhos (2000)
Crítica
Cotação:
Dominguinhos é aquele tipo de artista gente boa. Dá-se com todo mundo da MPB, do pop ao tradicional, estando sempre disposto a participar dos discos dos colegas. Não é estrela, do tipo que quer todos os holofotes para si. Discretamente, fazendo o que sabe com a maior dignidade, está aí há 50 anos (começou aos nove). Sem se importar se vai vender, se não vai vender, se ele é o centro das atenções ou é um humilde sanfoneiro acompanhando um grande astro. Então, o tempo passa e ele vai ficando cada vez melhor. Seu CD gravado ao vivo no Teatro do Sesc Pompéia (SP) é uma prova disso. Sucessos do repertório do padrinho Gonzagão (Numa Sala de Reboco, Riacho do Navio, Derramaro o Gai, A Vida do Viajante etc) se mesclam com clássicos de sua lavra – suingados e brejeiros –, ainda que em algumas de suas músicas os dois gêneros se confundam. Caso de Eu Só Quero um Xodó, Abri a Porta, Tenho Sede, Pedras Que Cantam, entre outras. Apesar de seu lado forrozeiro estar muito bem representado, o público que está acostumado com seu look cangaço vai se surpreender com seu lado sofisticado. Há, pois, excelentes releituras de Tantas Palavras e Xote de Navegação (parcerias com Chico Buarque, lançadas pelo parceiro originalmente, em 84 e 98, respectivamente), Retrato da Vida (parceria com Djavan, incluída em Bicho Solto, álbum de 1998 do cantor, e também regravada por Elba Ramalho, no ano passado) e a hors concours Contrato de Separação (parceria com Anastácia, já gravada por Nana Caymmi e Jane Duboc). Isso para não falar no histórico Lamento Sertanejo (feita com Gilberto Gil há 25 anos). Todas emocionantes e muito valorizadas nesse CD pelos arranjos ótimos de Proveta e Edson Alves – pela primeira vez Dominguinhos teve o prazer de gravar com uma orquestra. Além de todos esses sucessos, o público poderá conferir forrós menos manjados de sua autoria, como Eu me Lembro, Alegria Pé de Serra, Doidinho, Doidinho e No Puladinho. A quem interessar, as indefectíveis e românticas cantigas De Volta pro Aconchego e Gostoso Demais (sucessos de Elba Ramalho e Maria Bethânia) também integram o disco, no medley de abertura. Um ótimo disco para fãs e para os que querem conhecer melhor a obra do pernambucano de Garanhuns José Domingos de Morais.
(Rodrigo Faour)
Faixas
1
De volta pro aconchego
(Dominguinhos-Nando Cordel)
Gostoso demais (Dominguinhos-Nando Cordel)
Tenho sede (Anastácia-Dominguinhos)
Gostoso demais (Dominguinhos-Nando Cordel)
Tenho sede (Anastácia-Dominguinhos)
2
Chega morena
(Dominguinhos-Guadalupe-Climério)
Numa sala de reboco (Luiz Gonzaga-José Marcolino)
Numa sala de reboco (Luiz Gonzaga-José Marcolino)
3
Eu me lembro
(Dominguinhos-Anastácia)
Zé do rock (João Silva-Raymundo Evangelista)
Zé do rock (João Silva-Raymundo Evangelista)
5
Gandaiera
(João Silva)
No puladinho (Nando Cordel-Dominguinhos)
Derramaro o gai (Luiz Gonzaga-Zé Dantas)
No puladinho (Nando Cordel-Dominguinhos)
Derramaro o gai (Luiz Gonzaga-Zé Dantas)
14
Riacho do navio
(Luiz Gonzaga-Zé Dantas)
A vida do viajante (Luiz Gonzaga-Hervê Cordovil)
A vida do viajante (Luiz Gonzaga-Hervê Cordovil)
16
Alegria de pé de serra
(Dominguinhos-Anastácia)
Isso aqui tá bom demais (Dominguinhos-Nando Cordel)
Pedras que cantam (Dominguinhos-Fausto Nilo)
Isso aqui tá bom demais (Dominguinhos-Nando Cordel)
Pedras que cantam (Dominguinhos-Fausto Nilo)