CIRANDEIRA
Elba Ramalho (2001)
Crítica
Cotação:
No mar de mesmice em que se encontra a nossa indústria do disco, Elba Ramalho nos brinda com um CD - Cirandeira - apenas de inéditas, no qual predominam arranjos delicados, na maioria assinados por Marcos Farias, filho dos cobras da música nordestina Marinês e Abdias. Nem todas as faixas grudam no ouvido à primeira audição, mas o disco é competente. Ele abre com a faixa-título, uma simpática ciranda de Lenine, sendo apenas dispensável a citação final dos surrados versos "Cirandeiro/ Cirandeiro ó/ A pedra do teu anel brilha mais do que o sol", já resgatados à exaustão por todos que resolvem gravar cirandas. Outros dos melhores momentos são os xotes Onde Anda Você (Chico Pessoa e Zé do Norte), com inventivo arranjo conjugando sax e sanfona, e Pra se Aninhar (de Targino Gondim, autor do megahit de Gilberto Gil Esperando na Janela), os forrozões Querendo Mais (Nando Cordel) e Pra Virar Xodó (João Gonçalves/ Fuba de Itaperoá) e o "coco de embolada" Sem Ganzá Não É Coco (Chico César), bem na linha de Jackson do Pandeiro.
As únicas regravações do CD soam como inéditas também. Trata-se da releitura de Patativa (Vicente Celestino) em ritmo de xote - uma sacada sensacional - e da pouco regravada Forró de Surubim (Antonio Barros), lançada pelo onipresente Jackson do Pandeiro. Cirandeira é um disco de detalhes. Não há como resistir, por exemplo, à guitarra country de Luiz Neto em Lua Vadia (J. Michiles) que dá um toque todo especial à faixa. As duas únicas músicas que não empolgam muito são Entre o Céu e o Mar (Roger Henri/ Dudu Falcão), que não por acaso já é tema de novela e anda tocando em algumas rádios, e a de enceramento, Estrela Soberana (da própria Elba, com Geraldo Azevedo), na qual ela dá uma de Roberto Carlos e homenageia Nossa Senhora. Não é ruim, mas não tem nada a ver com o resto do disco, que merecia um fecho melhor. Pela primeira vez assinando a produção de seu disco, Elba exibe talento para a empreitada. É muito bem feito. Como intérprete, Elba está bem. Só falta se soltar mais nos improvisos entre os versos (procedimento típico dos nordestinos) para dar um quê a mais nas músicas mais suingadas, algo que ela só faz em Pra Se Aninhar.(Rodrigo Faour)
As únicas regravações do CD soam como inéditas também. Trata-se da releitura de Patativa (Vicente Celestino) em ritmo de xote - uma sacada sensacional - e da pouco regravada Forró de Surubim (Antonio Barros), lançada pelo onipresente Jackson do Pandeiro. Cirandeira é um disco de detalhes. Não há como resistir, por exemplo, à guitarra country de Luiz Neto em Lua Vadia (J. Michiles) que dá um toque todo especial à faixa. As duas únicas músicas que não empolgam muito são Entre o Céu e o Mar (Roger Henri/ Dudu Falcão), que não por acaso já é tema de novela e anda tocando em algumas rádios, e a de enceramento, Estrela Soberana (da própria Elba, com Geraldo Azevedo), na qual ela dá uma de Roberto Carlos e homenageia Nossa Senhora. Não é ruim, mas não tem nada a ver com o resto do disco, que merecia um fecho melhor. Pela primeira vez assinando a produção de seu disco, Elba exibe talento para a empreitada. É muito bem feito. Como intérprete, Elba está bem. Só falta se soltar mais nos improvisos entre os versos (procedimento típico dos nordestinos) para dar um quê a mais nas músicas mais suingadas, algo que ela só faz em Pra Se Aninhar.(Rodrigo Faour)
Faixas