DOIS DE OURO - HAMILTON DE HOLANDA E FERNANDO CÉSAR
Hamilton de Holanda (2000)
Crítica
Cotação:
Espécie de garotos-prodígio de uma nova geração de chorões de Brasília - que se tornou uma das mais importantes capitais brasileiras para esse estilo -, os irmãos Hamilton de Holanda (bandolim) e Fernando César (violão 7 cordas), que formam o Dois de Ouro, chegam ao terceiro CD. Hamilton vem se destacando também em seu trabalho individual (participou da última edição do Free Jazz Festival) e em duo com o violonista Marco Pereira. O disco, apesar do nome, não é só dos dois. Muito ao contrário, apenas em Rosa temos um arranjo para bandolim e violão. Todas as outras faixas trazem o apoio de percussões diversas, contrabaixo, violão e em alguns casos teclado. O resultado é dúbio, ligeiramente inclinado para o jazz, ou ainda para aquele estilo que curiosamente chamam "MPB instrumental", bem-sucedido em algumas faixas, nem tanto em outras. Há neste CD oito composições de Hamilton de Holanda, mais do que em qualquer dos discos do Dois de Ouro, o que prova que ele está mais seguro para mostrar suas composições, ainda que suas qualidades como intérprete sejam mais evidentes do que as de compositor.
O disco custa um pouco a "pegar", o que só acontece na quarta faixa, O Que É O Que É (Gonzaguinha). Tanto essa quanto as demais versões - Canta Brasil (D. Nasser/ A.P. Vermelho) e o pot-pourri de frevos de Caetano Veloso (Chuva, Suor e Cerveja, Atrás do Trio Elétrico e A Filha da Chiquita Bacana) - são gratas surpresas que apresentam resultados muito bons nessas versões instrumentais. O clássico do choro virtuose O Vôo da Mosca, de Jacob do Bandolim, também aparece em arranjo inspirado, com direito a introdução recheada de quiálteras desvairadas, a que se segue o tema tocado pelo violão, retomado mais tarde pelo bandolim. Dos temas de autoria de Hamilton, destacam-se o vigoroso choro Aquarela na Quixaba, que conta com a participação do trombonista Radegundes Feitosa, e Rubro Negro. Vale pela proposta inovadora para o gênero, que acompanha o trabalho do duo desde A Nova Cara do Velho Choro, e peca por não ir tão a fundo nem para o lado da inovação e nem para o da tradição.(Nana Vaz de Castro)
O disco custa um pouco a "pegar", o que só acontece na quarta faixa, O Que É O Que É (Gonzaguinha). Tanto essa quanto as demais versões - Canta Brasil (D. Nasser/ A.P. Vermelho) e o pot-pourri de frevos de Caetano Veloso (Chuva, Suor e Cerveja, Atrás do Trio Elétrico e A Filha da Chiquita Bacana) - são gratas surpresas que apresentam resultados muito bons nessas versões instrumentais. O clássico do choro virtuose O Vôo da Mosca, de Jacob do Bandolim, também aparece em arranjo inspirado, com direito a introdução recheada de quiálteras desvairadas, a que se segue o tema tocado pelo violão, retomado mais tarde pelo bandolim. Dos temas de autoria de Hamilton, destacam-se o vigoroso choro Aquarela na Quixaba, que conta com a participação do trombonista Radegundes Feitosa, e Rubro Negro. Vale pela proposta inovadora para o gênero, que acompanha o trabalho do duo desde A Nova Cara do Velho Choro, e peca por não ir tão a fundo nem para o lado da inovação e nem para o da tradição.(Nana Vaz de Castro)
Faixas
12
Frevos do Caetano:
Chuva, suor e cerveja (Caetano Veloso)
Atrás do trio elétrico (Caetano Veloso)
A filha da Chiquita Bacana (Caetano Veloso)
Atrás do trio elétrico (Caetano Veloso)
A filha da Chiquita Bacana (Caetano Veloso)