SEM TOSTÃO 2... A CRISE CONTINUA... - CRISTINA BUARQUE E HENRIQUE CAZES
Henrique Cazes / Noel Rosa / Cristina Buarque (2001)
Crítica
Cotação:
Cristina Buarque e Henrique Cazes retomam em altíssimo estilo a série Sem Tostão, iniciada em 1995 com o hoje antológico ... A Crise Não É Boato . Este volume 2, subintitulado ...A Crise Continua, retoma a mesma tônica do anterior: a homenagem a Noel Rosa, reverenciado no show que a dupla montou em 1998 e que levava o mesmo nome do novo disco. Gravado no ano passado, o álbum teve seu lançamento atrasado em vários meses (estava previsto para sair em dezembro de 2000), mas afinal ganha a luz do dia. Cristina (voz) e Henrique (violão e voz) foram muito felizes ao definir o formato que o CD teria. ...A Crise Continua foi gravado ao vivo no bar Bib-Bip, com participação discreta de uma pequena platéia - dando o tom de intimismo e descontração ideais para a obra de Noel.
O álbum funciona quase com um songbook informal do compositor, mas com uma peculiaridade: como o próprio título já sugere, foram selecionadas basicamente canções que narrassem agruras financeiras as mais diversas, um tema que sempre rondou a cabeça de Noel. Quando se verifica que algumas das mais peculiares canções do compositor se enquadram nessa rubrica - como Com que Roupa?, Seja Breve ou Mas Como Outra Vez, todas incluídas no disco - essa hipótese é devidamente confirmada. Toda a verve irônica, às vezes auto-depreciativa, de Noel parece aflorar neste conjunto de canções, escolhidas a dedo pela dupla.
Neste contexto, as pequenas sutilezas da interpretação de Cristina realçam a hilariedade de várias canções (como nas preciosas recriações de Seja Breve, Tarzan, o Filho do Alfaiate ou Frankenstein da Vila), e também os momentos mais românticos e amargurado, como Julieta (na qual a cantora incorpora o tom da letra finalizando de maneira tristonha os versos) ou Deixa de Ser Convencida. Henrique Cazes não fica atrás, seja no violão (em especial na faixa de abertura, Não Tem Tradução, que ganhou uma introdução de violão solo que se estende por exatos 1m03s antes que Cristina comece a cantar!), seja tomando o microfone para cantar e/ou desfiar "causos" do repertório do poeta da Vila.
De modo brilhante, os dois também detêm-se na polêmica entre Noel e Wilson Batista, que ocupa três faixas que juntam, em medleys, um total de nove canções assinadas pelos compositores rivais. E mais uma vez é delicioso acompanhar o engenhoso bate-boca entre os sambistas, que rendeu músicas como Palpite Infeliz (de Noel) e Conversa Fiada (Batista) e chegou a seu paroxismo na simplesmente hilariante Frankenstein da Vila - na qual Wilson perde de vez as estribeiras com Noel. Todas essas estão recriadas no álbum.
Trata-se de um "sem tostão" que, na verdade, vale por um tesouro. Conforme o encarte do CD, "se depender de bons sambas de Noel e da extensão da crise nacional, a série Sem Tostão não vai parar neste volume 2". Felizmente, discos como este amenizam qualquer crise.(Marco Antonio Barbosa)
O álbum funciona quase com um songbook informal do compositor, mas com uma peculiaridade: como o próprio título já sugere, foram selecionadas basicamente canções que narrassem agruras financeiras as mais diversas, um tema que sempre rondou a cabeça de Noel. Quando se verifica que algumas das mais peculiares canções do compositor se enquadram nessa rubrica - como Com que Roupa?, Seja Breve ou Mas Como Outra Vez, todas incluídas no disco - essa hipótese é devidamente confirmada. Toda a verve irônica, às vezes auto-depreciativa, de Noel parece aflorar neste conjunto de canções, escolhidas a dedo pela dupla.
Neste contexto, as pequenas sutilezas da interpretação de Cristina realçam a hilariedade de várias canções (como nas preciosas recriações de Seja Breve, Tarzan, o Filho do Alfaiate ou Frankenstein da Vila), e também os momentos mais românticos e amargurado, como Julieta (na qual a cantora incorpora o tom da letra finalizando de maneira tristonha os versos) ou Deixa de Ser Convencida. Henrique Cazes não fica atrás, seja no violão (em especial na faixa de abertura, Não Tem Tradução, que ganhou uma introdução de violão solo que se estende por exatos 1m03s antes que Cristina comece a cantar!), seja tomando o microfone para cantar e/ou desfiar "causos" do repertório do poeta da Vila.
De modo brilhante, os dois também detêm-se na polêmica entre Noel e Wilson Batista, que ocupa três faixas que juntam, em medleys, um total de nove canções assinadas pelos compositores rivais. E mais uma vez é delicioso acompanhar o engenhoso bate-boca entre os sambistas, que rendeu músicas como Palpite Infeliz (de Noel) e Conversa Fiada (Batista) e chegou a seu paroxismo na simplesmente hilariante Frankenstein da Vila - na qual Wilson perde de vez as estribeiras com Noel. Todas essas estão recriadas no álbum.
Trata-se de um "sem tostão" que, na verdade, vale por um tesouro. Conforme o encarte do CD, "se depender de bons sambas de Noel e da extensão da crise nacional, a série Sem Tostão não vai parar neste volume 2". Felizmente, discos como este amenizam qualquer crise.(Marco Antonio Barbosa)
Faixas
Mas como outra vez (Noel Rosa)
Seja breve (Noel Rosa)
Seja breve (Noel Rosa)
Malandro medroso (Noel Rosa)
Julieta (Noel Rosa - Eratósthenes Frazão)
Julieta (Noel Rosa - Eratósthenes Frazão)
6
Polêmica 1ª parte:
Lenço no pescoço (Wilson Batista)
Rapaz folgado (Noel Rosa)
Mocinho da Vila (Wilson Batista)
Rapaz folgado (Noel Rosa)
Mocinho da Vila (Wilson Batista)
7
Polêmica 2ª parte:
Feitiço da Vila (Noel Rosa)
Conversa fiada (Wilson Batista)
Palpite infeliz (Noel Rosa)
Conversa fiada (Wilson Batista)
Palpite infeliz (Noel Rosa)
8
Polêmica epílogo:
Frankenstein da Vila (Wilson Batista)
Terra de cego (Wilson Batista)
Deixa de ser convencida (Wilson Batista - Noel Rosa)
Terra de cego (Wilson Batista)
Deixa de ser convencida (Wilson Batista - Noel Rosa)
Meu barracão (Noel Rosa)
Feitio de oração (Noel Rosa - Vadico)
Feitio de oração (Noel Rosa - Vadico)
Você vai se quiser (Noel Rosa)
Até amanhã (Noel Rosa)