PERFIL DE SÃO PAULO - INEZITA BARROSO / IZAIAS E SEUS CHORÕES
Inezita Barroso / Izaias (2000)
2000
Intercd Records
R 30020
Crítica
Cotação:
Com 50 anos de estrada (seu primeiro disco foi um 78 rpm ainda como amadora pela Sinter em outubro de 1951, com Funeral de um Rei Nagô e Curupira), Inezita Barroso continua cantando impressionantemente bem. O tempo não passou para ela. Depois do excepcional Sou Mais Brasil, do ano passado, Inezita chega ao ano 2001 gravando ao vivo o CD Perfil de São Paulo, em que é acompanhada pelo regional de Izaías. São, todas, canções que retratam a terra da garoa. Pode não ser tão atrativo quanto o anterior, mas foge de todos os clichês que se pode imaginar. Salvo Ronda (que ela foi a primeira a gravar, em 1953) e Sampa (que aparece em versão instrumental), não há canções muito manjadas normalmente associadas à cidade ou mesmo ao estado. Nada de Adoniran Barbosa ou do repertório de Germano Mathias, por exemplo.
Metade do disco é instrumental, com Izaías e Seus Chorões executando canções pouco conhecidas como o chorinho Diabólico (Zinomar Pereira) e o choro Saudade de Rubinéia (Josevandro Pires de Carvalho). Por sua vez, Inezita desencava jóias caipiras, como Bonde Camarão (Cornélio Pires) e Viola Quebrada (Ary Kerner e Mário de Andrade) e mais urbanas, como Perfil de São Paulo (de Bezerra de Menezes). A faixa mais curiosa é A Moda dos Paus D'Água, espécie de Marvada Pinga - Parte II - A Missão. É divertida e fará a alegria dos que não conseguem largar os vícios do álcool e do cigarro, em versos como "Quem não bebe, quem não fuma, que alegria pode ter?". A Marvada Pinga original também está no disco, junto com Lampião de Gás, seus maiores sucessos, sempre irresistíveis em sua voz.
O único senão fica por conta da quebras de clima provenientes da seqüência dada ao disco. Há sempre uma faixa de Inezita seguida de outra do regional de Izaías, com atmosferas muito diferentes entre si. De qualquer forma, o disco vale pela pesquisa de repertório e para ver que Inezita já pode entrar para o Guiness Book como a cantora de MPB que mais tempo conseguiu manter sua voz em forma. Quem mais chegou aos 76 anos com esse vozeirão? Só Dona Ivone Lara e olhe lá...(Rodrigo Faour)
Metade do disco é instrumental, com Izaías e Seus Chorões executando canções pouco conhecidas como o chorinho Diabólico (Zinomar Pereira) e o choro Saudade de Rubinéia (Josevandro Pires de Carvalho). Por sua vez, Inezita desencava jóias caipiras, como Bonde Camarão (Cornélio Pires) e Viola Quebrada (Ary Kerner e Mário de Andrade) e mais urbanas, como Perfil de São Paulo (de Bezerra de Menezes). A faixa mais curiosa é A Moda dos Paus D'Água, espécie de Marvada Pinga - Parte II - A Missão. É divertida e fará a alegria dos que não conseguem largar os vícios do álcool e do cigarro, em versos como "Quem não bebe, quem não fuma, que alegria pode ter?". A Marvada Pinga original também está no disco, junto com Lampião de Gás, seus maiores sucessos, sempre irresistíveis em sua voz.
O único senão fica por conta da quebras de clima provenientes da seqüência dada ao disco. Há sempre uma faixa de Inezita seguida de outra do regional de Izaías, com atmosferas muito diferentes entre si. De qualquer forma, o disco vale pela pesquisa de repertório e para ver que Inezita já pode entrar para o Guiness Book como a cantora de MPB que mais tempo conseguiu manter sua voz em forma. Quem mais chegou aos 76 anos com esse vozeirão? Só Dona Ivone Lara e olhe lá...(Rodrigo Faour)
Faixas
Ronda - Inezita Barroso (Paulo Vanzolini)