MANAGARROBA
João Donato (2002)
Crítica
Cotação:
O renascimento de João Donato através de sua aproximação com a música pop segue firme e forte em Managarroba - disco de nome difícil e audição fácil. A convivência com o jovem produtor Rafael Ramos, responsável pelo som de Ê Lalá Lay-Ê, último disco de inéditas de Donato, parece ter dado fôlego novo ao compositor de 67 anos. Sua voz (charmosamente pequena, como sempre) está mais solta, sua ginga particular de harmonia bem integrada ao clima jovial dos arranjos, assim como a riqueza polirrítmica de suas composições - toda uma repaginação agradável de se ouvir, e que soa bastante espontânea. Nesse contexto, as várias participações especiais, algumas mais naturais (João Bosco, Marisa Monte, Joyce), outras nem tanto (Marcelo D2, Davi Moraes, Arnaldo Antunes) incorporam novas filigranas à musicalidade de Donato e colaboram em sua retomada de vitalidade.
O disco novo é quase uma continuação, ou melhor, um complemento de Ê Lalá Lay-Ê. O que o anterior tinha de plangente, suave, este aqui rebate com uma sonoridade discretamente mais suingada, rascante em certos pontos - graças às guitarras, alguns leves efeitos eletrônicos e ao pique rítmico de faixas como Balança ou Não Tem Nome, ou mesmo da música-título, possivelmente o mais perto que Donato poderia chegar de um pop-rock mais convencional. O disco é bem variado, sem ser despersonalizado. O rap inspirado de Marcelo D2 em Balança, que merece o título que tem, casa bem com a suavidade do dueto com Marisa Monte em Nunca Mais. O contraste entre as guitarras de Davi e as faixas conduzidas pelo piano de Donato (como a bela ...E Muito Mais) soa vivaz, refrescante. A convivência com os nomes da nova geração fez bem a Donato, que diz ter "reacordado" nos anos 90. Sua bossa muito pessoal só teve a ganhar com as novas amizades.(Marco Antonio Barbosa)
O disco novo é quase uma continuação, ou melhor, um complemento de Ê Lalá Lay-Ê. O que o anterior tinha de plangente, suave, este aqui rebate com uma sonoridade discretamente mais suingada, rascante em certos pontos - graças às guitarras, alguns leves efeitos eletrônicos e ao pique rítmico de faixas como Balança ou Não Tem Nome, ou mesmo da música-título, possivelmente o mais perto que Donato poderia chegar de um pop-rock mais convencional. O disco é bem variado, sem ser despersonalizado. O rap inspirado de Marcelo D2 em Balança, que merece o título que tem, casa bem com a suavidade do dueto com Marisa Monte em Nunca Mais. O contraste entre as guitarras de Davi e as faixas conduzidas pelo piano de Donato (como a bela ...E Muito Mais) soa vivaz, refrescante. A convivência com os nomes da nova geração fez bem a Donato, que diz ter "reacordado" nos anos 90. Sua bossa muito pessoal só teve a ganhar com as novas amizades.(Marco Antonio Barbosa)
Faixas
1
Não tem nome
2
Flor do mato
3
Balança
4
...E muito mais
5
E vamos lá
6
Caminho do sol
7
Falta de ar
8
Nunca mais
9
Muito à vontade
10
Não sei como foi
11
Luz de bolero
12
Managarroba