OXIGÊNIO
Jota Quest (2000)
2000
Chaos/Sony Music
898.573/2-495703
Crítica
Cotação:
O Jota Quest surgiu no meio da década de 90 como uma banda de soul music. Era esquisito ouvir os rapazes fazendo pose de negão, mas funcionava – eles eram bons músicos e Rogério Flausino tinha mais presença de palco que muito roqueiro por aí. Desde então, o grupo foi perdendo personalidade – Flausino trocou a peruca black power pelos cabelos cor-de-gema e a banda entrou de vez no jogo do sucesso. É o que pode se comprovar ao ouvir Oxigênio, terceiro e mais previsível disco do Jota Quest. Há baladas demais – O que Eu Também Não Entendo, Tele-Fome (trocadilho infame), Desses Tantos Modos e Dois Mundos – e música black de menos (Ainda Mais Você e a regravação de Raio Laser, de Baby e Pepeu). Os convidados especiais bem que tentam, mas não salvam o CD. Zé Ramalho passa quase desapercebido pela faixa Oxigênio (no fim da canção faz um discurso messiânico, bem ao seu estilo) e Milton Nascimento nunca esteve tão sonolento em Desses Tantos Modos. Até os bons letristas Carlinhos Brown e Nando Reis estão poucos inspirados. O titã compôs para a banda A Minha Gratidão É uma Pessoa ("É fácil culpar os outros/ Mas a vida não precisa de juízes/ A questão é sermos razoáveis") e Brown, Uma Breve História ("Plugado na guitarra/ Levo o meu amor nas mãos/ Meus dias são de cão/ Esperando te rever"). Lição de casa para os mineiros do Jota Quest: ouçam mais James Brown.
(Tom Cardoso)
Faixas