VIVER E O AMOR NA CIDADE GRANDE
Luiz Gayotto (2000)
Crítica
Cotação:
Cantor, compositor e guitarrista, o catarinense radicado em São Paulo Luiz Gayotto chega ao seu segundo CD, Viver e o Amor na Cidade Grande, cantando as angústias da vida nas metrópoles atuais. Há levadas pop competentes em A Cidade Grande ("Na Cidade Grande a vida corre feito um trem/ chapado... desgovernado"), que abre o disco, Pelo Avesso (que tem duas versões, normal; e pista, mais dançante), Engano e Preconceito, uma divertida crítica à hipocrisia ("Sabe aquele nosso amigo?/ hoje é gay assumido e militante/ ... / por que é que você tá chocado com essa revelação?/ será que agora vai xingar de viado/ quem até ontem era teu amigão?"). Mas o forte de Gayotto são as baladas, as boas linhas melódicas com acompanhamentos singelos de guitarra e baixo, como é o caso da ótima @Solidão ("e a vantagem da Internet/ você escancara a vida/ ninguém se mete/ ninguém se compromete"), que destrincha a superficialidade dos ciber-relacionamentos, e da assustada Medo, que traz um clima sombrio ao disco. Uma versão do Blues da Piedade, de Cazuza e Frejat e Eu Não Sei Falar de Amor, de Kléber Albuquerque, são as únicas faixas não assinadas por Gayotto. Formado em música pela Unicamp, o compositor – que em 1997 lançou o primeiro disco, O Catarina – intercala momentos teatrais, com performance de atores, em seus shows. Nada disso fica refletido no disco, e nem faz a menor falta. As boas levadas de baixo, bateria e guitarra presentes tratam de criar os climas propícios, do intimista ao dançante.
(Nana Vaz de Castro)
Faixas