FLASH
Marcos Suzano (2000)
Crítica
Cotação:
Quem aprecia a inovadora percussão de Marcos Suzano, revelada no grupo Aquarela Carioca e desenvolvida em álbuns como Olho de Peixe (parceria com o compositor e cantor Lenine, de 1993) e Sambatown (1996), provavelmente vai ficar embasbacado com a mais recente incursão musical do instrumentista e compositor carioca. Em Flash, Suzano mergulha no universo eletrônico do tecno, com seus loopings e ritmos seqüenciados. Além de seu conhecido pandeiro, ele utiliza também o cajón (instrumento originário do flamenco), a baixela (uma bandeja de metal) e o reco-de-mola, conseguindo assim criar novos timbres percussivos. Nos arranjos, Suzano conta ainda com o sax de Eduardo Neves, com o trompete de Nilton Rodrigues, com o baixo de André Carneiro e os teclados de Fernando Moura (co-produtor do disco) e Alex Meirelles. Em faixas como O Colecionador e Baby Dancing, a atmosfera chega a lembrar a fusion do jazzista Miles Davis, na década de 80. Mas por mais que Suzano injete novas sonoridades, texturas e até melodias num gênero musical que prima pela redundância, é difícil atravessar a audição das nove faixas sem sentir falta do calor e da vibração de seus trabalhos anteriores. Flash é frio como uma trilha sonora de ficção científica.
(Carlos Calado)
Faixas