INFERNAL... BUT THERE IS STILL A FULL MOON SHINING OVER JALALABAD
Nando Reis / Titãs (2001)
Crítica
Cotação:
Rescaldo de 2001, ano duríssimo para Nando Reis (que perdeu os amigos Marcelo Fromer e
Cássia Eller), Infernal é o fruto de intenções não cumpridas. Nando queria
excursionar para valer com o repertório (e o formato) gravado aqui, mas não conseguiu.
Pensou em fazer um disco ao vivo, e acabou só fazendo meio ao vivo - o álbum foi
feito em estúdio, mas numa só tacada, em meros quatro dias de gravação. Disso tudo saiu
um songbook autobiográfico, rústico e empolgado, reunindo canções que o titã fez para
terceiros e algumas já gravadas por ele mesmo. Mas não soa como estagnação ou
enganação. Pelo punch minimal e desconstruído dos arranjos, e pela visceralidade
latente - até mesmo nos momentos mais delicados - Infernal é um trabalho cheio de
vitalidade. Capaz de revelar nuances desconhecidas (talvez mesmo para seu autor) em
canções às vezes muito conhecidas, o resultado do disco afirma o vigor da personalíssima
figura do Nando compositor, maior até do que o conjunto dos Titãs.
Trata-se de um disco econômico na sonoridade - quase acústica, com violão à frente. Guitarras, teclados e até uma seção de metais (que só aparece na faixa-título) entram mais como figuração, pano de fundo. O que se economizou nos arranjos, sobrou na emoção, audível e escrachada na voz de Nando, cada vez mais à vontade cantando e arriscando até alguns arroubos mais guturais. O somatório da canções revela algumas das velhas preferências do compositor. Pode-se citar o funk melódico da faixa-título, e a fixação reggaeira de outrora (que aparece de leve em A Fila e explícita em Onde Você Mora e Marvin). Assim como o lado folk, sempre forte em seus discos-solo. em A Minha Gratidão É uma Pessoa,O Segundo Sol (esta ainda mais suave que na versão original, de Cássia) e Resposta. A crueza que norteia o coração do álbum se concretiza na forma de rock, enfim em Sua Impossível Chance e na surpresa da inclusão de My Pledge of Love (sim, o hit dos bailinhos nos anos 60). E, em meio à sensação de urgência que permeia o disco, Nando encontra tempo para algum experimentalismo. Sem frescura, claro, como pode ser ouvido na versão percussiva e atmosférica para ECT, a grande surpresa do CD.(Marco Antonio Barbosa)
Trata-se de um disco econômico na sonoridade - quase acústica, com violão à frente. Guitarras, teclados e até uma seção de metais (que só aparece na faixa-título) entram mais como figuração, pano de fundo. O que se economizou nos arranjos, sobrou na emoção, audível e escrachada na voz de Nando, cada vez mais à vontade cantando e arriscando até alguns arroubos mais guturais. O somatório da canções revela algumas das velhas preferências do compositor. Pode-se citar o funk melódico da faixa-título, e a fixação reggaeira de outrora (que aparece de leve em A Fila e explícita em Onde Você Mora e Marvin). Assim como o lado folk, sempre forte em seus discos-solo. em A Minha Gratidão É uma Pessoa,O Segundo Sol (esta ainda mais suave que na versão original, de Cássia) e Resposta. A crueza que norteia o coração do álbum se concretiza na forma de rock, enfim em Sua Impossível Chance e na surpresa da inclusão de My Pledge of Love (sim, o hit dos bailinhos nos anos 60). E, em meio à sensação de urgência que permeia o disco, Nando encontra tempo para algum experimentalismo. Sem frescura, claro, como pode ser ouvido na versão percussiva e atmosférica para ECT, a grande surpresa do CD.(Marco Antonio Barbosa)
Faixas