MAR DE MINEIRO
Nelson Ângelo / Luiz Avellar (2002)
Crítica
Cotação:
Nelson Angelo é um daqueles típicos mineiros. Trabalhando calma e sossegadamente, sem a pressa e o imediatismo do mercado fonográfico, Nelson lança mais uma relíquia de sua prolífica carreira como compositor. Mar de Mineiro reúne as parcerias de longa data com o poeta mineiro Cacaso, falecido em 1987. Idéia de ambos desde o final da década de 70, o CD (lançamento da Lua Discos), traz 13 composições de um montante muito maior ainda guardado, à espera de um Mar de Mineiro 2.
Terra à Vista parece vinda de um sonho, com a arranjo de metais e cordas à la Rogério Duprat, mas na verdade é Tom Jobim. Pensando no título, se Cabral chegasse por aqui, já teria a trilha sonora. A canção-título, terceira faixa do CD, é Jobim puro, com Nelson quase declamando a letra filosófica de Cacaso. Canta ele "Vai a aprender a esperar/ que a vida é mergulhar profundo"). Ainda mantendo Jobim vivo no CD, Marinheiro Sem Mar tem andamento de bossa, mais jazzístico, de levada de violão segura. A toada de Dinhêru faz a análise entre o tempo que se gasta ganhando dinheiro e o dinheiro que se gasta para ganhar tempo. Poético, sem pieguices. Indo e vindo assim, o sax de Mário Seve (do Nó em Pingo D'água) faz a ponte para a percussão e o bandolim (de Rodrigo Lessa, também do Nó). A bossa total de Dito e Feito fica mais bossa ainda quando a voz de Nelson interpreta os versos de um caso de amor que mesmo resolvido, dá saudades. O piano de Luiz Avellar em Veridiana tece um pano de fundo emotivo impressionante, com Nelson Angelo, emotivo, cantando uma avó guerreira, tipicamente mineira. Um daqueles discos de beira-mar, mesmo sendo feito por mineiros.(Filipe Quintans)
Terra à Vista parece vinda de um sonho, com a arranjo de metais e cordas à la Rogério Duprat, mas na verdade é Tom Jobim. Pensando no título, se Cabral chegasse por aqui, já teria a trilha sonora. A canção-título, terceira faixa do CD, é Jobim puro, com Nelson quase declamando a letra filosófica de Cacaso. Canta ele "Vai a aprender a esperar/ que a vida é mergulhar profundo"). Ainda mantendo Jobim vivo no CD, Marinheiro Sem Mar tem andamento de bossa, mais jazzístico, de levada de violão segura. A toada de Dinhêru faz a análise entre o tempo que se gasta ganhando dinheiro e o dinheiro que se gasta para ganhar tempo. Poético, sem pieguices. Indo e vindo assim, o sax de Mário Seve (do Nó em Pingo D'água) faz a ponte para a percussão e o bandolim (de Rodrigo Lessa, também do Nó). A bossa total de Dito e Feito fica mais bossa ainda quando a voz de Nelson interpreta os versos de um caso de amor que mesmo resolvido, dá saudades. O piano de Luiz Avellar em Veridiana tece um pano de fundo emotivo impressionante, com Nelson Angelo, emotivo, cantando uma avó guerreira, tipicamente mineira. Um daqueles discos de beira-mar, mesmo sendo feito por mineiros.(Filipe Quintans)
Faixas
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