ENTRE UMA BALADA E UM BLUES
Oswaldo Montenegro (2001)
2001
Ouver Records
3306276-2
Crítica
Cotação:
Baladas e blues têm estado presentes na obra de Oswaldo Montenegro não é de hoje. Qual seria a surpresa então nesta retomada do cantor e compositor aos citados estilos? Nenhuma, e nem é essa a intenção de OM. Seguro da própria musicalidade e sem dúvida afinado com seus ouvintes, Oswaldo simplesmente opta pelo básico - ainda que seja para evitar erros. Contando com Roberto Menescal na mesa de som, o cantor não engana ninguém em seu 25º álbum, já a partir do título. Há quem o adore e há quem ache chatíssimo, mas a vantagem suprema da coerência estética não pode ser negada ao autor de Bandolins.
O disco divide-se em - ora, bolas - baladas e blues, com ligeiro predomínio das primeiras. Tudo vem em tons suaves, sem excessos instrumentais ou vocais. À plangência quase 100% acústica dos arranjos, junta-se ocasionalmente a guitarra sutil de Menescal, mais completando os espaços vazios do que ficando em primeiro plano. Oswaldo é a estrela do disco, com sua voz e violão. Entre as composições (quase todas assinadas apenas pelo cantor), ele alterna achados interessantes e bobagens inócuas. O cotidiano tratado com humor em Tá Certo é um ponto a favor, mas algumas rimas eventualmente temerárias ("E tem na mão um ciclone / Pra não estar alone", em Solidão em Copacabana) marcam contra. Nas baladas Oswaldo soa mais pessoal, com maior propriedade enquanto compositor. Destaca-se na nova safra Sem Mandamentos, de melodia singela e bonita; quase nos mesmos moldes, também vem Como se Eu Estivesse Fora. As duas já compensam momentos menos inspirados, como a arrastada No Final da Brincadeira. Os blues chamam menos a atenção, talvez por apresentarem um Oswaldo quase em "piloto automático". Ele escapa desta síndrome em Eu Canto Meu Blues (não por acaso, em parceria com Menescal), na qual seu canto arrisca um parentesco distante com o samba. Assim, sempre a um passo de se tornar cover de si mesmo, Montenegro safa-se com dignidade suficiente. (Marco Antonio Barbosa)
O disco divide-se em - ora, bolas - baladas e blues, com ligeiro predomínio das primeiras. Tudo vem em tons suaves, sem excessos instrumentais ou vocais. À plangência quase 100% acústica dos arranjos, junta-se ocasionalmente a guitarra sutil de Menescal, mais completando os espaços vazios do que ficando em primeiro plano. Oswaldo é a estrela do disco, com sua voz e violão. Entre as composições (quase todas assinadas apenas pelo cantor), ele alterna achados interessantes e bobagens inócuas. O cotidiano tratado com humor em Tá Certo é um ponto a favor, mas algumas rimas eventualmente temerárias ("E tem na mão um ciclone / Pra não estar alone", em Solidão em Copacabana) marcam contra. Nas baladas Oswaldo soa mais pessoal, com maior propriedade enquanto compositor. Destaca-se na nova safra Sem Mandamentos, de melodia singela e bonita; quase nos mesmos moldes, também vem Como se Eu Estivesse Fora. As duas já compensam momentos menos inspirados, como a arrastada No Final da Brincadeira. Os blues chamam menos a atenção, talvez por apresentarem um Oswaldo quase em "piloto automático". Ele escapa desta síndrome em Eu Canto Meu Blues (não por acaso, em parceria com Menescal), na qual seu canto arrisca um parentesco distante com o samba. Assim, sempre a um passo de se tornar cover de si mesmo, Montenegro safa-se com dignidade suficiente. (Marco Antonio Barbosa)
Faixas