LONGO CAMINHO
Paralamas do Sucesso (2002)
Crítica
Cotação:
O caminho foi longo, e mais do que isso, tortuoso. Foi, entretanto, necessário, para que Herbert Vianna e seus companheiros conseguissem pôr os Paralamas do Sucesso mais uma vez nos eixos. Bi Ribeiro (em entrevista ao Cliquemusic no começo do ano) havia prometido um disco mais básico, direto, remetendo à simplicidade dos tempos de O Passo do Lui. Mas o som em si acaba ficando em segundo plano, dada a espantosa recuperação de Herbert. Ouvir os Paralamas tocando desta forma, fluida e entrosada, após uma tragédia tão marcante, é impressionante. Não se poderia cobrar mais nada do grupo.
O que não quer dizer que o trio nega fogo em Longo Caminho. Trata-se de um álbum enxuto, que não chega a recuperar o som descompromissado de 20 anos atrás - fica mais para uma continuação do ótimo Nove Luas, que conjugava a maturidade de Herbert como compositor (incorporando influências da MPB tradicional) ao senso pop afinado do grupo. A performance instrumental, uma das mais (justamente) consagradas do rock brasileiro, está intacta. E Herbert, mais um espanto, canta bem. O tom do disco, entretanto, fica um tanto mais escuro que no alegre e romântico Luas. Natural, dada a encrenca toda que a banda enfrentou. Nem tanto, se pensamos que as músicas todas já estavam prontas antes do acidente.
Não se deixe enganar pela música de trabalho, a roqueira e pesadinha O Calibre, achando que o disco todo segue nessa linha. O clima é dado mesmo pela faixa-título, suave, delicada, uma balada com o típico toque viannesco que já fez sucesso com Ivete Sangalo e outras. O passo mais lento domina baladas como Cuide Bem do Seu Amor, Flores no Deserto (esta valorizada pelo mellotron do velho comparsa argentino Fito Paez) e Hinchley Pond. Há alguns pontos pouco usuais no disco, esquisitices simpáticas: a bonitinha La Estacion, cantada em espanhol, ou a pegada quase punk de Running on the Spot, que acaba deslocada em meio à ambientação sutil do disco. Esquisitices que, afinal, são mais uma prova da vitalidade, da vontade (ainda que meio fora de foco) de voltar a pulsar criativamente. Bem-vinda seja essa vontade, então.(Marco Antonio Barbosa)
O que não quer dizer que o trio nega fogo em Longo Caminho. Trata-se de um álbum enxuto, que não chega a recuperar o som descompromissado de 20 anos atrás - fica mais para uma continuação do ótimo Nove Luas, que conjugava a maturidade de Herbert como compositor (incorporando influências da MPB tradicional) ao senso pop afinado do grupo. A performance instrumental, uma das mais (justamente) consagradas do rock brasileiro, está intacta. E Herbert, mais um espanto, canta bem. O tom do disco, entretanto, fica um tanto mais escuro que no alegre e romântico Luas. Natural, dada a encrenca toda que a banda enfrentou. Nem tanto, se pensamos que as músicas todas já estavam prontas antes do acidente.
Não se deixe enganar pela música de trabalho, a roqueira e pesadinha O Calibre, achando que o disco todo segue nessa linha. O clima é dado mesmo pela faixa-título, suave, delicada, uma balada com o típico toque viannesco que já fez sucesso com Ivete Sangalo e outras. O passo mais lento domina baladas como Cuide Bem do Seu Amor, Flores no Deserto (esta valorizada pelo mellotron do velho comparsa argentino Fito Paez) e Hinchley Pond. Há alguns pontos pouco usuais no disco, esquisitices simpáticas: a bonitinha La Estacion, cantada em espanhol, ou a pegada quase punk de Running on the Spot, que acaba deslocada em meio à ambientação sutil do disco. Esquisitices que, afinal, são mais uma prova da vitalidade, da vontade (ainda que meio fora de foco) de voltar a pulsar criativamente. Bem-vinda seja essa vontade, então.(Marco Antonio Barbosa)
Faixas