RESPIRAR
Bruno E. / Patricia Marx / Wilson Simoninha (2002)
Crítica
Cotação:
Leve e relax como o ato de respirar - por isso mesmo, cai bem o título - é este
disco de Patrícia Marx, ex-cantora infantil, ex-musa teen da bossa nova e
ex-militante dance (frustrada). A moça agora adere ao crescente número de novos
artistas que buscar esticar os horizontes da MPB via eletrônica. Se pensarmos menos na
proposta e mais no conteúdo concreto do álbum (música pop agradável e cool,
descontando as expectativas alheias e as pretensões), fica mais fácil de gostar da nova
face de Patrícia. É bom notar que a moça não empaca na macumba pra turista e
um surpreendente trabalho de pesquisa musical, demonstrando um amplo escopo de
influências - que vão da bossa nova ao samba-jazz, tudo se encontrando em suas
composições. Com este bem-vindo "molho" dando base às canções (e aí também cabem
elogios à voz de Patrícia, que agora sabe tanto cantar quanto ficar nas ditas
intervenções vocais), a produção moderninha de Bruno E soa oportuna e
inteligente. O que há de melhor em Respirar é a nítida noção de que Patrícia investe
primeiro em sua música, e depois no possível verniz eletrônico-modernizador.
Dito isso, a galera que aplaudiu as incursões recentes feitas por Patife e Marky no reino da braziltronica terá tudo para gostar e muito do disco. A sonoridade básica é o tal do broken beat, versão ainda mais atmosférica e melódica do trip hop popularizado por Tricky e Portishead. Aos mais "colonizados", o grande petisco de Respirar são as duas faixas produzidas pelo duo inglês 4Hero, atuais papas do drum'n'bass. E realmente Dona Música (que ganha em suingue pela presença de Wilson Simoninha) e Submerso estão entre os melhores achados do disco - não apenas pelos crispados sons sampleados pelo 4Hero, mas também pelas melodias envolventes, a um passo da sensualidade. Tiros mais certeiros ainda dados pela Patrícia melodista estão em Recomeçar e Desamor. Quando chega a hora de fechar o disco com ...E o Meu Amor Vi Passar (bossa nova envenenada por João Parayhba, do Trio Mocotó), e sua delicada, charmosa levada, já não há mais dúvidas sobre o talento de Patrícia. Ou sobre sua capacidade de sedução. (Marco Antonio Barbosa)
Dito isso, a galera que aplaudiu as incursões recentes feitas por Patife e Marky no reino da braziltronica terá tudo para gostar e muito do disco. A sonoridade básica é o tal do broken beat, versão ainda mais atmosférica e melódica do trip hop popularizado por Tricky e Portishead. Aos mais "colonizados", o grande petisco de Respirar são as duas faixas produzidas pelo duo inglês 4Hero, atuais papas do drum'n'bass. E realmente Dona Música (que ganha em suingue pela presença de Wilson Simoninha) e Submerso estão entre os melhores achados do disco - não apenas pelos crispados sons sampleados pelo 4Hero, mas também pelas melodias envolventes, a um passo da sensualidade. Tiros mais certeiros ainda dados pela Patrícia melodista estão em Recomeçar e Desamor. Quando chega a hora de fechar o disco com ...E o Meu Amor Vi Passar (bossa nova envenenada por João Parayhba, do Trio Mocotó), e sua delicada, charmosa levada, já não há mais dúvidas sobre o talento de Patrícia. Ou sobre sua capacidade de sedução. (Marco Antonio Barbosa)
Faixas
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