PAULO RICARDO
Paulo Ricardo (2000)
Crítica
Cotação:
Em seu terceiro disco da fase romântica, Paulo Ricardo nunca foi tão coerente com seus objetivos. Ele não quer mais provocar, como nos primórdios do RPM (Revoluções Por Minuto). Aparentemente, também não quer ser reconhecido como propagador de tendências pop de ponta, letrista genial ou mesmo... baixista. Depois de um assumido tributo a Roberto Carlos (o CD Amor de Verdade, do ano passado), o que ele busca é a consolidação de sua posição dentro de um mercado de música romântica cada vez mais nivelado por baixo (no Brasil e no restante da América Latina, com seus Alejandros Saenz e Enriques Iglesias), mas mantendo lá alguma dignidade. A parceria com Michael Sullivan rende um pacote de canções absolutamente inofensivas, com um indisfarçável gosto de déja vu. Paulo Ricardo é o Roberto Carlos dos discos mais recentes (sem as músicas religiosas), nem de longe o romântico incendiário da primeira metade dos anos 70. Um elemento mais moderno aqui (batidas eletrônicas em Céu da Boca) e um teminha mais picante ali (em Lolita) não conseguem dar ao disco o menor sinal de que vá escapar da monotonia e da segurança. A única emoção de Paulo Ricardo é quando o cantor deixa escapar um rasgo de breguice na música Triste ("esperar o ônibus lotado/ quem sabe um anjo disfarçado/ esteja à sua espera, ela tem fé"). Se Paulo ouvisse menos Roberto e mais Odair José talvez pudéssemos ter uma esperança.(Silvio Essinger)
Faixas