BUGANVÍLIA
Penélope (2001)
2001
Chaos/Sony Music
2-495914
Crítica
Cotação:
É dura a vida de bandas como a Penélope, que acabam meio perdidas em termos mercadológicos só por ousarem fazer um pop rock "puro", sem se filiar a (pseudo?) radicalismos, fusões com ritmos regionais, letras com apologia à sexo/drogas/rock'n'roll... Pode soar incrível, mas às vezes parece que não há espaço no míope mercado pop nacional para bandas que querem apenas fazer canções melodiosas, agradáveis e bem tocadas. Às vezes, essas qualidades acabam passando por "farofice" ou pendores bregas. Daí é que a Penélope acaba sofrendo mais do que deveria em busca de reconhecimento - justamente por não ter outra pretensão senão fazer canções melodiosas e agradáveis.
Não há de ser nada: gravando discos como este Buganvília, o quinteto está no caminho certo. Em relação ao primeiro álbum (Mi Casa Su Casa, de 1999), o grupo preservou o que tinha de mais pessoal - o contraste entre as guitarras distorcidas ma non troppo e a voz docinha de Érika Martins - e adicionou alguns detalhes preciosos em termos de arranjos e composição. Este novo approach resultou em arranjos simples mas sutis, como os que valorizam as belas melodias de Continue Pensando Assim e Junto Ao Mar (esta composta para a banda por Herbert Vianna). Estas duas faixas resumem a influência do pop britânico no som do grupo - mas sem soar como cópia.
Sujeira e melodia se complementam em Oportuno Silêncio e Olhos Caramelos, que misturam flauta doce e guitarra no talo. Outro "detalhe" é a presença de Wanderléa cantando na dançante e popíssima Não Vou Ser Má, pura Jovem Guarda atualizada. Na climática faixa-título, que pega mais leve (à base de violões), o quinteto resume a recém-adquirida maturidade, sem deixar de soar "fofinho", no bom sentido.
Se o que a Penélope sempre quis foi fazer um sonzinho honesto e cativante, sem deixar de soar 100% brasileiro, isso a banda já conseguiu. Resta saber se o álbum será bem compreendido por um mercado que tem como paradigma roqueiro clones mal-digeridos dos Raimundos. Pensando bem, em comparação com essas bandas, Buganvília é que soa radical para caramba. (Marco Antonio Barbosa)
Não há de ser nada: gravando discos como este Buganvília, o quinteto está no caminho certo. Em relação ao primeiro álbum (Mi Casa Su Casa, de 1999), o grupo preservou o que tinha de mais pessoal - o contraste entre as guitarras distorcidas ma non troppo e a voz docinha de Érika Martins - e adicionou alguns detalhes preciosos em termos de arranjos e composição. Este novo approach resultou em arranjos simples mas sutis, como os que valorizam as belas melodias de Continue Pensando Assim e Junto Ao Mar (esta composta para a banda por Herbert Vianna). Estas duas faixas resumem a influência do pop britânico no som do grupo - mas sem soar como cópia.
Sujeira e melodia se complementam em Oportuno Silêncio e Olhos Caramelos, que misturam flauta doce e guitarra no talo. Outro "detalhe" é a presença de Wanderléa cantando na dançante e popíssima Não Vou Ser Má, pura Jovem Guarda atualizada. Na climática faixa-título, que pega mais leve (à base de violões), o quinteto resume a recém-adquirida maturidade, sem deixar de soar "fofinho", no bom sentido.
Se o que a Penélope sempre quis foi fazer um sonzinho honesto e cativante, sem deixar de soar 100% brasileiro, isso a banda já conseguiu. Resta saber se o álbum será bem compreendido por um mercado que tem como paradigma roqueiro clones mal-digeridos dos Raimundos. Pensando bem, em comparação com essas bandas, Buganvília é que soa radical para caramba. (Marco Antonio Barbosa)
Faixas