O MELHOR AINDA ESTÁ POR VIR
Potencial 3 / Xis / Rappin' Hood (2001)
Crítica
Cotação:
Filhos da dita escola "bate-cabeça" do rap paulistano, mas que não querem de forma alguma limitar-se a um só estilo, o Potencial 3 retoma sua carreira com um disco forte e bem produzido. O segundo álbum do P3 se alia, tanto na sonoridade quanto no discurso, aos bons ventos trazidos por Rappin' Hood (compadre do grupo) ao hip hop safra 2001. Ou seja, conjuga credibilidade - via letras bem urdidas, que encaram a barra-pesada dos guetos de SP - com uma boa noção de ecletismo sonoro, que compreende até a necessidade do suingue dançante. Os raps em alta velocidade, agressivos mas antêmicos (característica herdada de grupos americanos como Naughty by Nature e Wu-Tang Clan) ganham em ataque e clareza com as bases espertas e bem-feitas, produzidas pelo próprio grupo em colaboração com KL Jay e João Marcelo Bôscoli. A mensagem bate bem mais fundo quando há um som contagiante por baixo, e isso eles sabem.
É bom ver o resgate de um hip hop mais malemolente, depois da invasão de vários clones "cintura-dura" dos Racionais MC's - interessados apenas nas palavras contundentes. O P3 equilibra um discurso afiado, malhando rappers bunda-moles (Desperdício de Matéria-prima), polícia (Disparos) e principalmente a dificuldade generalizada que é a vida da periferia. Mas também há espaço para mensagens mais descompromissadas, como a candidata a hit Para os Manos e Minas (esta com forte acento pop, com produção azeitada de Bôscoli). Nesta e em outras faixas como É o Terror, Tá Rimando e O Som É P3, o grupo consegue os melhores resultados, com as batidas funkeadas e as linhas sacolejantes de baixo competindo de igual para igual com os versos. O sucesso Mano de Fé retorna em um remix (de KL Jay) que dá ainda mais munição para as pistas de dança. O que às vezes atrapalha é a longa duração e a discurseira excessiva de algumas faixas, como Disparos e Sem Flores. As literais pedradas em forma de versos, entretanto, retêm sua força intocada. (Marco Antonio Barbosa)
É bom ver o resgate de um hip hop mais malemolente, depois da invasão de vários clones "cintura-dura" dos Racionais MC's - interessados apenas nas palavras contundentes. O P3 equilibra um discurso afiado, malhando rappers bunda-moles (Desperdício de Matéria-prima), polícia (Disparos) e principalmente a dificuldade generalizada que é a vida da periferia. Mas também há espaço para mensagens mais descompromissadas, como a candidata a hit Para os Manos e Minas (esta com forte acento pop, com produção azeitada de Bôscoli). Nesta e em outras faixas como É o Terror, Tá Rimando e O Som É P3, o grupo consegue os melhores resultados, com as batidas funkeadas e as linhas sacolejantes de baixo competindo de igual para igual com os versos. O sucesso Mano de Fé retorna em um remix (de KL Jay) que dá ainda mais munição para as pistas de dança. O que às vezes atrapalha é a longa duração e a discurseira excessiva de algumas faixas, como Disparos e Sem Flores. As literais pedradas em forma de versos, entretanto, retêm sua força intocada. (Marco Antonio Barbosa)
Faixas
12
Desperdício de matéria-prima
(Eric, Hébano, Preto Rico, James Lino, Núbio, DJ Roger, E..., Rappin Hood)
(Eric, Hébano, Preto Rico, James Lino, Núbio, DJ Roger, E..., Rappin Hood)