ACÚSTICO MTV
Roberto Carlos (2001)
2001
Amigo Records
2-502555
Crítica
Cotação:
Infelizmente, nunca saberemos toda a verdade sobre o Acústico MTV de Roberto Carlos. Nem mesmo após ouvir o disco, depois de meses de empurra-empurra, dá para se ter uma idéia do que restou das gravações originais feitas em abril. Os fatos crus que sobressaem-se da audição do CD são dois. Primeiro, trata-se do melhor álbum que RC cometeu em 15 (20?) anos. O que não chega a ser um espanto, visto que o repertório foi pinçado dos melhores anos da carreira do Rei. Esta constatação leva ao segundo fato: o disco não é a lufada de renovação que muitos preconizavam para o ídolo. É, na verdade, o retrato de um artista interpretando de forma nada mais do que correta um punhado de canções brilhantes - revendo seu passado sem muita vontade e passando ao largo de qualquer ousadia. A sensação de esterilidade e burocracia é reforçada pelo som oco, retocadíssimo, no qual a voz (sem brilho, quase cansada, embora tecnicamente impecável) de Roberto encobre os instrumentos. Falta emoção e calor ao disco. Mas ainda supera tudo que o Rei andou fazendo nos últimos anos.
Impossível um repertório melhor. O inspirado Roberto do fim dos anos 60/começo dos 70 está lá, nas magníficas As Curvas da Estrada de Santos, Detalhes e É Preciso Saber Viver; sua fase black também, com Todos Estão Surdos e Jesus Cristo; o Robertão sentimental (Emoções, Além do Horizonte); assim como o auge do iêiêiê (Por Isso Corro Demais, Eu Te Amo, Eu Te Amo, Eu Te Amo, Parei na Contramão). Mas tudo se ressente do gogó pouco esforçado, dos arranjos sem surpresa alguma, da sonoridade limpinha demais. Falta rock'n'roll, falta a dramaticidade. Roberto canta como se fizesse a passagem de som em mais um show qualquer. É pouco para um disco que se anunciava como "a reinvenção de RC" e outros bichos. Ainda assim, vale ressaltar, é o mais original trabalho do cantor em anos. Um paradoxo. Alguém duvida de que vá vender como água? (Marco Antonio Barbosa)
Impossível um repertório melhor. O inspirado Roberto do fim dos anos 60/começo dos 70 está lá, nas magníficas As Curvas da Estrada de Santos, Detalhes e É Preciso Saber Viver; sua fase black também, com Todos Estão Surdos e Jesus Cristo; o Robertão sentimental (Emoções, Além do Horizonte); assim como o auge do iêiêiê (Por Isso Corro Demais, Eu Te Amo, Eu Te Amo, Eu Te Amo, Parei na Contramão). Mas tudo se ressente do gogó pouco esforçado, dos arranjos sem surpresa alguma, da sonoridade limpinha demais. Falta rock'n'roll, falta a dramaticidade. Roberto canta como se fizesse a passagem de som em mais um show qualquer. É pouco para um disco que se anunciava como "a reinvenção de RC" e outros bichos. Ainda assim, vale ressaltar, é o mais original trabalho do cantor em anos. Um paradoxo. Alguém duvida de que vá vender como água? (Marco Antonio Barbosa)
Faixas