INTERNACIONAL
Sandy e Júnior (2002)
Crítica
Cotação:
Pode-se argumentar que este álbum nem deveria estar aqui; Cliquemusic
dedica-se apenas à música brasileira, e trata-se de um CD cantado quase todo
em inglês, voltado ao mercado estrangeiro. Entretanto, queiram ou não os
detratores, a dupla Sandy & Junior é um dos maiores nomes (em popularidade) de
nossa música e seria impossível deixar de registrar esta ambiciosa tentativa de
emplacar mundo afora. Internacional, com 11 de suas 13 faixas compostas
em inglês por hitmakers profissionais "importados", só confirma uma
suspeita antiga: a globalização do teen pop já chegou por aqui. Só o que
faltava para que S&J pudessem se pôr 100% em pé de igualdade com seus
similares estrangeiros era a língua. De resto - em produção de imagem, estilo de
composição, qualidade sonora, efeitos de palco - em tudo eles já estavam ao
mesmo nível. Agora resta saber se, como o brasileiro Alexandre Pires ou a
colombiana Shakira, a dupla têm fôlego para conquistar o mercado latino dos EUA,
alvo mercadológico primário, ou se deveria ter continuado por aqui
mesmo.
Se for apenas por critérios sonoros, eles têm boas chances. Afinal, não há nada em Internacional que desagrade a quem ouve, por exemplo, Christina Aguilera. A maioria das faixas trafega num registro pop-dançante que não se descuida do pendor romântico. A dupla preferiu encarar os rivais em seu próprio campo; não há sinal de regionalices brasileiras ou mesmo de latinidad clichê. O som do disco se pretende internacional para valer. A receitinha de bolo - violões em primeiro plano e muita eletrônica no lugar de instrumentos "reais" - alterna momentos mais suaves (Love Never Fails, Words Are Not Enough) com outros de mais punch (Must Be Magic, Precious Time ou Don't Run Away With My Heart, as duas últimas com o vocal de Junior e a batida mais dançante deixando a sonoridade próxima à das boys bands ). Perdida no repertório em inglês - cantado com muita correção na pronúncia - está a chave do mistério: um cover de We've Only Just Begun, dos Carpenters. A associação é óbvia: eles também são uma dupla de irmãos e primam pela candura e pelo ar inofensivo. A diferença reside, claro, na qualidade das composições. Tanto que We've Only Just Begun é, de longe, o destaque do álbum, ainda que que meio comprometida pelo arranjo padronizado. Bom, cada país (e cada época) tem os Carpenters que merece. (Marco Antonio Barbosa)
Se for apenas por critérios sonoros, eles têm boas chances. Afinal, não há nada em Internacional que desagrade a quem ouve, por exemplo, Christina Aguilera. A maioria das faixas trafega num registro pop-dançante que não se descuida do pendor romântico. A dupla preferiu encarar os rivais em seu próprio campo; não há sinal de regionalices brasileiras ou mesmo de latinidad clichê. O som do disco se pretende internacional para valer. A receitinha de bolo - violões em primeiro plano e muita eletrônica no lugar de instrumentos "reais" - alterna momentos mais suaves (Love Never Fails, Words Are Not Enough) com outros de mais punch (Must Be Magic, Precious Time ou Don't Run Away With My Heart, as duas últimas com o vocal de Junior e a batida mais dançante deixando a sonoridade próxima à das boys bands ). Perdida no repertório em inglês - cantado com muita correção na pronúncia - está a chave do mistério: um cover de We've Only Just Begun, dos Carpenters. A associação é óbvia: eles também são uma dupla de irmãos e primam pela candura e pelo ar inofensivo. A diferença reside, claro, na qualidade das composições. Tanto que We've Only Just Begun é, de longe, o destaque do álbum, ainda que que meio comprometida pelo arranjo padronizado. Bom, cada país (e cada época) tem os Carpenters que merece. (Marco Antonio Barbosa)
Faixas
12
O amor nos guiará (Love never fails)
(Vrs. Dudu Falcão, J.M. Pederson, K. Dahlgaard, J. Morrison, J. Vaughn)
(Vrs. Dudu Falcão, J.M. Pederson, K. Dahlgaard, J. Morrison, J. Vaughn)