ACORDE VIOLÃO
Sebastião Tapajós (2000)
2000
Universidade Estácio de Sá
L 64
Crítica
Cotação:
O paraense Sebastião Tapajós tem uma sólida carreira consolidada na Europa e é dono de vasta discografia – gravou recentemente ao lado de Jane Duboc, Gilson Peranzzetta e Nilson Chaves. Neste Acorde Violão, lançado com apoio da Universidade Estácio de Sá, o violonista traça um interessante panorama da música brasileira. Sozinho ao violão (é acompanhado apenas por outro violonista, Ney Conceição, em quatro faixas), Tapajós elabora bem em músicas populares que se tornaram clássicos da canção brasileira, como Lábios que Beijei, As Rosas Não Falam ou Foi Ela. O grande hit das aulas de canto, Azulão, de Jayme Ovalle e Manuel Bandeira, também figura no repertório. Lamenta-se, no entanto, o uso de uma prática injustificável e cada vez mais freqüente em discos de música instrumental, qual seja: suprimir o nome dos letristas, só porque a música não está sendo cantada. Assim, Azulão aparece apenas como de Jayme Ovalle, Lábios que Beijei (J. Cascata/ Leonel Azevedo) como sendo de J. Cascata, Eu Sonhei que Tu Estavas Tão Linda só tem citada no texto do encarte a letra de Lamartine Babo... Outros medalhões da música brasileira – em particular do choro – não ficaram de fora: Jacob do Bandolim vem com dois violões em Noites Cariocas, num andamento mais tranqüilo do que o de praxe, enquanto Pixinguinha desce macio em Cochichando e Zequinha Abreu comparece na valsa Branca. Do repertório tradicional para violão, não poderiam faltar o brasileiro João Pernambuco, cujos Sons de Carrilhões abrem o disco, e o paraguaio Agustin Barrios (único não brasileiro a contar da seleção), autor do dolente Choro da Saudade. E do próprio Tapajós, temos Encontro Marcado, ótima escolha, bem de acordo com o clima suave do repertório. Destaca-se ainda a boa qualidade de gravação e a interpretação sempre inspirada do grande músico que é Sebastião Tapajós. O disco pode ser comprado pelo site www.cdclassic.com.br.(Nana Vaz de Castro)
Faixas