ESTAÇÃO DA LUZ
Sergio Dias / Mutantes (2000)
2000
Lotus Music
3204100-2
Crítica
Cotação:
Quem encara este Estação da Luz deve ter em mente não os Mutantes iniciais, mas aqueles pós-Tudo Foi Feito Pelo Sol (1974), em que Arnaldo e Rita se dedicaram exclusivamente às suas carreiras solo e Sérgio assumiu o controle da banda. Com sua excelente guitarra ainda em forma, vocais corretos e uma banda afiada, ele volta a atacar com aquele hard rock progressivo, cheio de firulas, que caracterizou sua gestão nos Mutantes - o que há de novo são as sonoridades eletrônicas, infelizmente nesse disco ainda presas em alguns padrões dos anos 80. Em Escravo da Revolução, Sérgio bate firme nos problemas da contemporaneidade, com algumas boas ironias do tipo de "E os profetas do nada nos gritam das televisões/ Como faustos, como ninfas, num domingo infernal". As saudades do bom e velho rock'n roll afloram em São Paulo (com citação de Fever) e em Araras, cuja letra esbarra naquele viajantismo típico do guitarrista nos anos 70: "Aqui na montanha, me lembra Mutantes.../ Um gosto ácido crítico vítrico/ Caleidoscopicamente imortal..." Ainda nessa faixa, ele reitera sua opção pelo rock ("Eu não gosto de samba, sou doente do pé.../ Nasci em São Paulo, sou da Praça da Sé"), fazendo referências a Jimi Hendrix no bom solo de guitarra cheio de efeito wah-wah.
Mas nem só de pauleira é feito Estação da Luz. Há que se destacar a descontração em La Femme Lourdina (um rock bem anos 50, lembrando aqueles deboches dos Mutantes iniciais, no estilo de Hey Boy) e 4 Ever, um tributo aos Beatles ("Por isso te escrevo essa canção/ Pra lembrar de onde vim aonde vou", entrega a letra em certo ponto). Sérgio ainda recheia o disco com uma regravação de Anjos do Sul (de Mutantes ao Vivo, 1976), puxada por piano e violão, três baladas em inglês (Tower of Crystal, Le Mystére e Everywhere I Go, esta mais para o blues) e a instrumental Sleepwalk (com um quê de música havaiana, bem surf). Estação pode não provocar a revolução que o guitarrista gostaria, mas é um disco bem decente para quem, como ele, já fez e aconteceu nesse rock'n roll brasileiro.(Silvio Essinger)
Mas nem só de pauleira é feito Estação da Luz. Há que se destacar a descontração em La Femme Lourdina (um rock bem anos 50, lembrando aqueles deboches dos Mutantes iniciais, no estilo de Hey Boy) e 4 Ever, um tributo aos Beatles ("Por isso te escrevo essa canção/ Pra lembrar de onde vim aonde vou", entrega a letra em certo ponto). Sérgio ainda recheia o disco com uma regravação de Anjos do Sul (de Mutantes ao Vivo, 1976), puxada por piano e violão, três baladas em inglês (Tower of Crystal, Le Mystére e Everywhere I Go, esta mais para o blues) e a instrumental Sleepwalk (com um quê de música havaiana, bem surf). Estação pode não provocar a revolução que o guitarrista gostaria, mas é um disco bem decente para quem, como ele, já fez e aconteceu nesse rock'n roll brasileiro.(Silvio Essinger)
Faixas
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