VIRADA PRA LUA
Simone Guimarães (2001)
Crítica
Cotação:
Simone Guimarães marca com seu terceiro álbum o momento mais maduro de sua carreira, um disco concebido em minúcias para fazer com que a cantora escape da pecha de cult (ou ainda "regional", seja lá o que isso for) e caia nas graças do povo. As "armas" para tanto foram bem escolhidas. Em Virada Pra Lua Simone está cantando bem, com uma voz "cheia", encorpada pela nitidez da produção de Leandro Braga. O little help de dois convidados bem especiais - Milton Nascimento, um de seus "padrinhos", e Guinga - é uma bossa a mais, assim como o cuidado e a elegância nos arranjos. Para completar, a cantora e compositora demonstra não ter medo do ecletismo, variando bastante os panoramas sonoros das canções que interpreta. Ou seja, tudo converge para o retrato de uma artista em uma fase bastante boa.
Além de envolver por sua delicadeza, o disco surpreende pela variedade sonora. Os convidados mais que especiais também ganharam sonoridades distintas nas músicas em que participam. Para Imagem e Semelhança, que tem a presença de Milton Nascimento, Simone preferiu um bom groove aparentado ao funk (mas quebrando para o samba no refrão). Já em Porto de Araújo (de Guinga e Paulo César Pinheiro) o clima é sutil, com boa interpretação de Simone emoldurada por violões (um dos quais tocados pelo próprio Guinga) e percussão.
Na faixa-título, Simone manda um sambinha de melodia sofisticada, assim como em Imensidade (com letra em reverência aos negros brasileiros). Ainda num registro mais sacolejante, vêm Night-club, amparada em um ritmo levemente latino, abolerado, e 30 Anos, que ganhou arranjo de metais e batida black. Vale menção também ao leve sabor nordestino de Sertão das Águas (Dois). E ainda se arrisca em uma curiosa marchinha Marilyn, que fecha o disco com um toque bem-humorado. Na outra ponta do espectro sonoro, a cantora dá mostras de trafegar bem em paragens mais líricas. Caso da bela harmonia de Cenários, valorizada pelo jogo entre piano e sax soprano no arranjo, e das doces Meu Coração e A Fábula do Riacho.(Marco Antonio Barbosa)
Além de envolver por sua delicadeza, o disco surpreende pela variedade sonora. Os convidados mais que especiais também ganharam sonoridades distintas nas músicas em que participam. Para Imagem e Semelhança, que tem a presença de Milton Nascimento, Simone preferiu um bom groove aparentado ao funk (mas quebrando para o samba no refrão). Já em Porto de Araújo (de Guinga e Paulo César Pinheiro) o clima é sutil, com boa interpretação de Simone emoldurada por violões (um dos quais tocados pelo próprio Guinga) e percussão.
Na faixa-título, Simone manda um sambinha de melodia sofisticada, assim como em Imensidade (com letra em reverência aos negros brasileiros). Ainda num registro mais sacolejante, vêm Night-club, amparada em um ritmo levemente latino, abolerado, e 30 Anos, que ganhou arranjo de metais e batida black. Vale menção também ao leve sabor nordestino de Sertão das Águas (Dois). E ainda se arrisca em uma curiosa marchinha Marilyn, que fecha o disco com um toque bem-humorado. Na outra ponta do espectro sonoro, a cantora dá mostras de trafegar bem em paragens mais líricas. Caso da bela harmonia de Cenários, valorizada pelo jogo entre piano e sax soprano no arranjo, e das doces Meu Coração e A Fábula do Riacho.(Marco Antonio Barbosa)
Faixas