COMBATENTE
Stereo Maracanã (2002)
2002
Maianga Discos
789836945 002 3
Crítica
Cotação:
Revelados ano passado na ótima coletânea Comp 00 01 Orgânico Sintético, os cariocas do Stereo Maracanã estreiam em disco próprio com pinta de gente grande. À primeira audição, o grupo parece filiado, ao menos espiritualmente, à "escola Hemp Family" de pop carioca. Ou seja, um som e uma postura aparentados ao do Planet Hemp e O Rappa - que empregam rap, rock, reggae, samba e funk em doses generosas para comentar sobre as mazelas e as belezas da Cidade Maravilhosa. O apadrinhamento de Marcelo Yuka (O Rappa) só confirma a suspeita. E o SM honra a boa tradição da família. Combatente é um saladão de ritmos e ambiências temperado com um irresistível clima ensolarado. Conduzido pelo multiinstrumentista e produtor Maurício Pacheco, o grupo engendra um som malandríssimo, que conjuga boas influências black (do presente e do passado, daqui e lá de fora) com uma rara antenidade em termos de discurso e de som - não seria exagero enxergar paralelo entre o SM e grupos gringos como o Asian Dub Foundation ou os Avalanches, guardadas as devidas proporções.
O que não falta a Combatente são hits em potencial. A fusão de funk (com pitada de disco music) e samba-rock de Freestyle Love, é um deles, o bailão da pesada de 24 Horas no Ar é outro. A performance do suingadissimo vocalista Pedro D-Lita é um dos segredos, somada à rica cama sonora organizada por Pacheco (com o auxílio da banda e uma extensa lista de convidados, que vai de Moreno Veloso aos irmãos Lobato, d'O Rappa, além dos onipresentes Berna Ceppas & Kassin). Baixão de reggae, sombras de drum'n'bass e bem colocadas cascatas de samples dão a tônica da misturada e sintonizam o grupo com os melhores cultores da estética "tudo ao mesmo tempo agora" do pop atual. Que ninguém pense, entretanto, que eles não soem legitimamente brasileiros. Mesmo impuro, o samba entra em vários sabores e misturebas, como em A Luta (puro samba-rap), Sou Local (colando reggae e hip-hop) ou Onde É que Tu Tá, na qual vem misturada com funk e mais reggae (numa música que parece ter sido feita de encomenda para Fernanda Abreu). O telecoteco dessas faixas contrasta com passagens mais climáticas (guardadas mais para o fim do CD), como a instrumental Gameleira, o reggae ortodoxo de Nesta ou a barra-pesada "gangsta" de Esta É uma História.(Marco Antonio Barbosa)
O que não falta a Combatente são hits em potencial. A fusão de funk (com pitada de disco music) e samba-rock de Freestyle Love, é um deles, o bailão da pesada de 24 Horas no Ar é outro. A performance do suingadissimo vocalista Pedro D-Lita é um dos segredos, somada à rica cama sonora organizada por Pacheco (com o auxílio da banda e uma extensa lista de convidados, que vai de Moreno Veloso aos irmãos Lobato, d'O Rappa, além dos onipresentes Berna Ceppas & Kassin). Baixão de reggae, sombras de drum'n'bass e bem colocadas cascatas de samples dão a tônica da misturada e sintonizam o grupo com os melhores cultores da estética "tudo ao mesmo tempo agora" do pop atual. Que ninguém pense, entretanto, que eles não soem legitimamente brasileiros. Mesmo impuro, o samba entra em vários sabores e misturebas, como em A Luta (puro samba-rap), Sou Local (colando reggae e hip-hop) ou Onde É que Tu Tá, na qual vem misturada com funk e mais reggae (numa música que parece ter sido feita de encomenda para Fernanda Abreu). O telecoteco dessas faixas contrasta com passagens mais climáticas (guardadas mais para o fim do CD), como a instrumental Gameleira, o reggae ortodoxo de Nesta ou a barra-pesada "gangsta" de Esta É uma História.(Marco Antonio Barbosa)
Faixas