SAMBA ROCK
Trio Mocotó (2001)
2001
YBrazil?Music
YB?CD011
Crítica
Cotação: 
"Esse som é universal." Quem dá a dica é o percussionista Nereu (na faixa Kriola), e a frase é uma verdade plenamente aplicável à música do Trio Mocotó. Samba Rock já diz em seu título o que há neste disco de comeback do grupo que esteve presente (junto a Jorge Ben) ao nascimento do supracitado gênero. O balanço impecável de Nereu, Fritz e João Parayhba permaneceu intocado - sem "evoluir" - por todos esses anos. E aí reside a inocente malandragem do Trio: nesta época em que o samba-rock está tão bem cotado, a simples determinação deles em manterem-se fiéis à sua tradição transformou-os no suprasumo da modernidade. Sem querer. Afinal, o que nasceu para ser eterno será sempre moderno.
Fritz ainda tem aquele vozeirão genial, de sambista cheio de dignidade mas cioso da importância do suingue. Parahyba segura as pontas na percussão e o inenarrável Nereu destroça no pandeiro e em seus vocais únicos - Louis Armstrong perde! É uma mistura tão azeitada que a única "modernidade" ensaiada no disco - a participação do rapper Max B.O. na cafajestíssima Kibe Cru - acaba tragada pelo som do trio, como se o rap fosse irmão siamês do samba-rock. (Não é uma idéia tão absurda.) Kriola é o máximo do mínimo: um só acorde segura um groove matador por cinco minutos e meio, embolado com piano elétrico, minimoog, metais e - imprescindível - a intervenção vocal de Nereu. A mesma malandragem está em Nereu Nereu, que só pelo título dispensa comentários... o grupo engata um quarta e sai desembestado, feito uma big band de cabelo duro e suingue macio. Sacundin igualmente impecável, mas de maneira mais cool, pode ser encontrado em outros momentos. Pensando Nela, Os Orixás e Cyrano (esta uma supreendente parceria de Rita Lee e Apollo 9) resgatam um lado mais dolente do balanço do trio. Faceta notada também na impagável versão instrumental de Águas de Março, cheia de balanço, com a melodia levada na cuíca.(Marco Antonio Barbosa)
Fritz ainda tem aquele vozeirão genial, de sambista cheio de dignidade mas cioso da importância do suingue. Parahyba segura as pontas na percussão e o inenarrável Nereu destroça no pandeiro e em seus vocais únicos - Louis Armstrong perde! É uma mistura tão azeitada que a única "modernidade" ensaiada no disco - a participação do rapper Max B.O. na cafajestíssima Kibe Cru - acaba tragada pelo som do trio, como se o rap fosse irmão siamês do samba-rock. (Não é uma idéia tão absurda.) Kriola é o máximo do mínimo: um só acorde segura um groove matador por cinco minutos e meio, embolado com piano elétrico, minimoog, metais e - imprescindível - a intervenção vocal de Nereu. A mesma malandragem está em Nereu Nereu, que só pelo título dispensa comentários... o grupo engata um quarta e sai desembestado, feito uma big band de cabelo duro e suingue macio. Sacundin igualmente impecável, mas de maneira mais cool, pode ser encontrado em outros momentos. Pensando Nela, Os Orixás e Cyrano (esta uma supreendente parceria de Rita Lee e Apollo 9) resgatam um lado mais dolente do balanço do trio. Faceta notada também na impagável versão instrumental de Águas de Março, cheia de balanço, com a melodia levada na cuíca.(Marco Antonio Barbosa)
Faixas
