LARRÁLIBUS ESCUMÁLICUS CUJOLÉLIBUS
Tuzé de Abreu (2002)
2002
Maianga Discos
789836945 003 0
Crítica
Cotação:
Tuzé de Abreu não é um nome a despontar na "nova MPB". Pelo contrário, o baiano já está por aí há décadas, tendo colaborado com os tropicalistas e com Walter Smetak. Entretanto, só agora surge seu primeiro disco solo propriamente dito. Apesar de Tuzé rejeitar o termo, é impossível driblar a intenção de experimentalismo constante no disco (a partir de seu esdrúxulo título, aliás). É MPB, mais "B" do que exatamente "P"; ou seja, ainda que trafegando por formatos de canção tradicional (o samba, influências latinas, reggae ou black music), Tuzé vai pela tangente, buscando surpreender o ouvinte. Exige, claro, um esforço do ouvinte (aham) "médio", para embrenhar-se nas canções desconstruídas e por vezes desconcertantes. As surpresas são várias, nem todas 100% eficazes, mas no geral o múltiplo Tuzé consegue adaptar o espírito livre do tropicalismo original a um contexto atualizado (sem perder o frescor e a ambição daquele período). Prova disso é que as composições novas se misturam sem problema à trabalhos dos anos 60 (como Meteorango ou Vestido de Malha).
Tuzé tem boa voz e timbre sóbrio; mas em termos vocais, o que sobressai no disco são as participações de cantoras amigas de longa data. Greice Carvalho (em Cara de Farinha) é a boa surpresa, destacando-se em meio às canjas de Jussara Silveira (em Ponte de Sonho) e Gal Costa (Triângulo Amoroso). Todas reforçam o tom suave, relax do disco. Mesmo os esquisitos instrumentos herdados de Smetak (como o tal "trombone cretino"), ou as intervenções mais ruidosas de guitarra (o melhor exemplo é Meteorango) se submetem à lógica de um álbum feito para soar plácido. Apesar das conceituações díspares nas canções. Exemplos são o quase-samba-quase-reggae Vestido de Babilônia, a propositadamente desencontrada abertura de Salve Maria ou a curiosa Mister (composta a partir de um tema de Mozart). (Marco Antonio Barbosa)
Tuzé tem boa voz e timbre sóbrio; mas em termos vocais, o que sobressai no disco são as participações de cantoras amigas de longa data. Greice Carvalho (em Cara de Farinha) é a boa surpresa, destacando-se em meio às canjas de Jussara Silveira (em Ponte de Sonho) e Gal Costa (Triângulo Amoroso). Todas reforçam o tom suave, relax do disco. Mesmo os esquisitos instrumentos herdados de Smetak (como o tal "trombone cretino"), ou as intervenções mais ruidosas de guitarra (o melhor exemplo é Meteorango) se submetem à lógica de um álbum feito para soar plácido. Apesar das conceituações díspares nas canções. Exemplos são o quase-samba-quase-reggae Vestido de Babilônia, a propositadamente desencontrada abertura de Salve Maria ou a curiosa Mister (composta a partir de um tema de Mozart). (Marco Antonio Barbosa)
Faixas
Palmas no portão (Walter Dionísio, D'Acri Luiz)
Sentimental demais (Jair Amorim, Evaldo Gouveia)
Sentimental demais (Jair Amorim, Evaldo Gouveia)