OS INVISÍVEIS
Ultraje a Rigor (2002)
Crítica
Cotação:
E lá se vão 20 anos e o Ultraje a Rigor continua lá, fazendo seu roque maroto, sempre perdido em algum ponto entre a brejeirice dos pop sessentista e o escracho engraçadinho da geração pós-Blitz. E isso, bem, é legal, principalmente porque - em meio a bandas que mudam de estilo tresloucadamente e invasões sucessivas de clones do som do momento - soa mais autêntico do que nunca. A grande questão de nossas bandas de rock (serem levadas a sério ou não) nunca passou pela cabeça de Roger & sua turma. E isso, em perspectiva histórica, acaba deixando o redescobrimento do grupo mais saboroso; por sua despretensão, seu descompromisso. Os Invisíveis não faz muito mais do que reforçar o credo da banda no rock como maior diversão. Roger tem uma banda bem afiada em suas mãos. Ao retomar seu posto na guitarra solo, Sérgio Serra caiu muito bem. Uma cozinha eficaz e poderosa (Mingau no baixo e Bacalhau na bateria) completa o serviço. O Ultraje retorna um tantinho mais pesado do que antes, e outro tanto influenciado pela surf music tão em voga atualmente (via bandas como Netunos, Go! e Autoramas). As letras continuam a palhaçada de sempre, as melodias grudentas como sempre. Só não dava para esperar outro clássico instantâneo como Nós Vamos Invadir Sua Praia, mas aí também seria demais.
Quem torcia o nariz para o Ultraje por seu humor eventualmente grosseiro, vai desistir de cara de Os Invisíveis; Esta Canção, com seu riff ganchudo e sua letra estúpida (no bom sentido, claro), abre o disco e espanta os mal-humorados. Os (novos e velhos) fãs que insistirem no CD vão ser recompensados. Poucas vezes a banda soou pesada e concisa quanto nos rocks Agora É Tarde e Miss Simpatia, nas quais o pendor sixtie das melodias se encoxa, ops, encaixa na potência da performance. Boas surpresas surgem também na vereda francamente regressiva, através das instrumentais Onda e O Velho Surfista (ambas, óbvio, com cheiro de Beach Boys e Dick Dale), e do pop deslavado de Me Dá um Olá. Como é tudo na brincadeira, nem mesmo o ska meia-boca de I'm Sorry (com o arranjo mais involuntariamente engraçado do disco) chega a desagradar. Na maciota, sem posar de galã ou almejar o superestrelato perdido, periga o Ultraje se dar melhor que muitos de seus contemporâneos nessa onda de revival.(Marco Antonio Barbosa)
Quem torcia o nariz para o Ultraje por seu humor eventualmente grosseiro, vai desistir de cara de Os Invisíveis; Esta Canção, com seu riff ganchudo e sua letra estúpida (no bom sentido, claro), abre o disco e espanta os mal-humorados. Os (novos e velhos) fãs que insistirem no CD vão ser recompensados. Poucas vezes a banda soou pesada e concisa quanto nos rocks Agora É Tarde e Miss Simpatia, nas quais o pendor sixtie das melodias se encoxa, ops, encaixa na potência da performance. Boas surpresas surgem também na vereda francamente regressiva, através das instrumentais Onda e O Velho Surfista (ambas, óbvio, com cheiro de Beach Boys e Dick Dale), e do pop deslavado de Me Dá um Olá. Como é tudo na brincadeira, nem mesmo o ska meia-boca de I'm Sorry (com o arranjo mais involuntariamente engraçado do disco) chega a desagradar. Na maciota, sem posar de galã ou almejar o superestrelato perdido, periga o Ultraje se dar melhor que muitos de seus contemporâneos nessa onda de revival.(Marco Antonio Barbosa)
Faixas
1
Esta canção
2
Miss Simpatia
3
Domingo eu vou pra praia
4
I'm sorry
5
O velho surfista
6
A gente é tudo igual
7
Me dá
8
Me dá um olá
9
Agora é tarde
10
Onda
11
Todo mundo gosta de mim