OLELÊ
Ultramen (2000)
Crítica
Cotação:
Vem da pequena Rockit! uma das maiores produções do pop-rock brasileiro de 2000: Olelê, segundo disco da banda gaúcha Ultramen. É uma surpresa para quem conhecia a banda do simpático mas inofensivo disco de estréia, Ultramen, de 1997. Gravado num sítio em Porto Alegre e nos estúdios da Rockit! no Rio por Beto Machado e Thomas Dreher e mixado no AR (RJ), Olelê tem toda a qualidade técnica que se pode ouvir num milionário CD do Skank, Jota Quest ou Cidade Negra. Mas não é só isso: em seu segundo ataque, o Ultramen se revela uma banda afiadíssima, seja no rap, no funk, no reggae, no heavy metal ou mesmo no samba-rock, gênero que dá as caras na excelente Dívida. Prova de como é possível ser radiofônico e original ao mesmo tempo, o disco tem algumas faixas que gritam pelo rádio. Caso do funk Preserve, com seu groove e refrão irresistíveis nos leva a imaginar o que o Jota Quest poderia fazer depois que passar a ressaca de Fanta. A legítima pressão funk da banda (com baixão, teclado Moog e bateria precisa) ainda se manifesta nas faixas Ultramanos, Não Me Empurra (que parece tirada de uma daquelas coletâneas de soul brasileiro da década de 70) e Johnny (de Tim Maia). A porção rap, igualmente convincente, pode ser conferida em Esse é o Meu Compromisso e Peleia, adaptação do gênero americano à música gaúcha, com gaita ponto e tudo. Quanto ao reggae, ele está lá, perfeito, em General, Estrada Perdida (que reaparece no fim do disco em alucinante versão dub) e na recriação pesada de Exodus, clássico de Bob Marley. Uma beleza! O trabalho do Ultramen foi aprovado com louvor - só falta agora as rádios o descobrirem.(Silvio Essinger)
Faixas