NINO ROTA POR SOLISTAS BRASILEIROS
Vários Intérpretes (2001)
Crítica
Cotação:
A música do italiano Nino Rota embala o inconsciente coletivo de todo cinéfilo que se preze. Parceiro indefectível de Federico Fellini (pôs música em todos os filmes importantes do cineasta italiano) e colaborador de nomes como Luchino Visconti, Francis Ford Coppola e Franco Zefirelli, as melodias que Rota criou para o cinema evocam nostalgias inevitáveis de - como diria Renato Russo - coisas que ainda não vimos. A riqueza dos temas do compositor, falecido há 21 anos, é relembrada neste ótimo disco organizado pelo pesquisador J.C.Botezelli. São 13 faixas com bons nomes de nossa música instrumental recriando, cada a um a sua maneira, a beleza perene das composições de Rota.
O álbum é todo embalado em lirismo e suavidade, desde a primeira faixa, Amarcord, com um sutil complemento de Guinga (ao violão) para o preciso sax de Zé Nogueira. O mesmo tema, talvez o mais emblemático da obra de Rota, retorna para fechar o disco, numa inesperada versão levada apenas no baixo (e vocalise) por Toinho Alves. Do mesmo Amarcord - o filme - também salta a célebre La Gradisca Si Sposa e Se Ne Va, recriada com fidelidade por Luiz Carlos Borges (gaita e acordeon). Já Chiquinho do Acordeon empresta um inaudito tom de tango a Love Theme From "The Godfather" (do filme O Poderoso Chefão), como um Piazzolla carcamano. O lado brincalhão, quase circense de Rota sobrevem com Otto e Mezzo (ao piano, com Dudu Alves) e também na singeleza em Bevete Piu Latte, com a rabeca de Zé Gomes. Em contraste, destaca-se a beleza melancólica de La Strada (com Theo de Barros no violão) e Trastaverina, uma doce e belíssima performance de Henrique Cazes ao cavaquinho. Num registro literalmente espírita, o falecido Raphael Rabello debulha o violão em Roma, deixando a marca de seu virtuosismo muito pessoal mas preservando a melodia original.(Marco Antonio Barbosa)
O álbum é todo embalado em lirismo e suavidade, desde a primeira faixa, Amarcord, com um sutil complemento de Guinga (ao violão) para o preciso sax de Zé Nogueira. O mesmo tema, talvez o mais emblemático da obra de Rota, retorna para fechar o disco, numa inesperada versão levada apenas no baixo (e vocalise) por Toinho Alves. Do mesmo Amarcord - o filme - também salta a célebre La Gradisca Si Sposa e Se Ne Va, recriada com fidelidade por Luiz Carlos Borges (gaita e acordeon). Já Chiquinho do Acordeon empresta um inaudito tom de tango a Love Theme From "The Godfather" (do filme O Poderoso Chefão), como um Piazzolla carcamano. O lado brincalhão, quase circense de Rota sobrevem com Otto e Mezzo (ao piano, com Dudu Alves) e também na singeleza em Bevete Piu Latte, com a rabeca de Zé Gomes. Em contraste, destaca-se a beleza melancólica de La Strada (com Theo de Barros no violão) e Trastaverina, uma doce e belíssima performance de Henrique Cazes ao cavaquinho. Num registro literalmente espírita, o falecido Raphael Rabello debulha o violão em Roma, deixando a marca de seu virtuosismo muito pessoal mas preservando a melodia original.(Marco Antonio Barbosa)
Faixas