SÍTIO DO PICAPAU AMARELO
Vários Intérpretes (2001)
2001
Som Livre
5501-2
Crítica
Cotação:
Revisitar o Sítio do Picapau Amarelo, a série, é uma grande idéia. Quanto a revisitar as canções da série original em um CD com grandes (e, vá lá, pequenos) nomes da MPB e do pop... vejamos, vejamos. Ao menos, uma característica fundamental foi mantida: das 13 faixas do álbum, oito já eram do score original do programa. Como tratam-se de obras assinadas por Gilberto Gil e Dorival Caymmi, entre outros, garante-se um certo padrão de qualidade... não necessariamente seguido nas faixas inéditas. Enfim, Sítio versão 2001 é um disco divertidinho e bem feito, sem muitas pretensões. É irregular como todo "ajuntamento" de artistas que se preze. O fundamental é que o recado foi dado com dignidade, e que criança alguma (pelo menos as que não forem muito exigentes) vai se espantar com o resultado final. Entre as canções já conhecidas, a saltitante música-tema, de e com Gil, é quase hors-concours. Ela vem na versão acústica (gravada no Unplugged de 1993), o que não compromete ninguém.
Ivete Sangalo também não compromete, em versão com leve latinidade para Narizinho. Não se pode dizer o mesmo do Jota Quest, que transforma Pedrinho em uma típica música do Jota Quest. E isso não foi elogio. (Lenine fez o mesmo com De Sabugo a Visconde. Mas pelo menos ele mesmo compôs a canção.) Agora, Paulo Ricardo soltando seu célebre vocal arfado em Rabicó fica a um passo do cômico. Falando em transformação, Cássia Eller injeta rock - e rosnados - em A Cuca te Pega, e Zeca Pagodinho verte Tia Nastácia num apropriado fundo de quintal. Entre as inéditas, o destaque vai para a lúdica Pererê Peralta, com um Carlinhos Brown soando suave e contido; e o
suingue simpático de Jorge Vercilo com O Reino das Águas Claras.
(Marco Antonio Barbosa)
Faixas
citação musical de "Visconde de Sabugosa" (João Bosco, Aldir Blanc)