VAVÁ
Vavá / Karametade (2001)
Crítica
Cotação:
Vavá saiu do Karametade dizendo que, na carreira solo, vai fazer uma mistura de "samba, soul e pop". Bem, de samba de verdade não há quase nada em seu primeiro CD homônimo. De soul, muito menos - a não ser que a definição atual de soul seja o mela-cueca "charmeiro" da sub-mediocridade r'n'b vinda dos EUA. Pop, talvez; especialmente por aqui, mercado que confunde pop com breguice sentimental e lugar-comum.
O sambinha edulcorado (entupido de saxofones, teclados e, lá no fundiinho dos arranjos, alguma percussão) dá o tom na maior parte das faixas, mas apenas como "decoração". Só uma ou outra, como Musa e Favo de Mel (esta última um decalque razoável do estilo de Agepê), trazem o pandeiro e o reco-reco mais à frente. Mas na grande maioria das faixas, o samba é só desculpa para soltar o "romantismo". E aí o nível baixa ainda mais. Relação (composta por Chrigor, do Exaltasamba), Desencontros, Me Liga, É Só Felicidade... todas ficam perigosamente mais perto do (pior) neo-sertanejo do que do (pior) pagodinho romântico.
Conferir o encarte só confirma as suspeitas: Arnaldo Saccomani, eminência parda de vários discos do gênero, pontifica na produção e assinando duas canções. Fez o serviço de sempre, gerando um híbrido entre o que há de pior entre dois sub-estilos (o "bregode" e o "romântico"), num disco que só vai enganar mesmo as fanáticas. (O golpe final é para os fãs do Capital Inicial: Bozo Barretti, tecladista do grupo entre 1987 e 1992, manda ver nos sintetizadores logo na faixa de abertura.)
(Marco Antonio Barbosa)
O sambinha edulcorado (entupido de saxofones, teclados e, lá no fundiinho dos arranjos, alguma percussão) dá o tom na maior parte das faixas, mas apenas como "decoração". Só uma ou outra, como Musa e Favo de Mel (esta última um decalque razoável do estilo de Agepê), trazem o pandeiro e o reco-reco mais à frente. Mas na grande maioria das faixas, o samba é só desculpa para soltar o "romantismo". E aí o nível baixa ainda mais. Relação (composta por Chrigor, do Exaltasamba), Desencontros, Me Liga, É Só Felicidade... todas ficam perigosamente mais perto do (pior) neo-sertanejo do que do (pior) pagodinho romântico.
Conferir o encarte só confirma as suspeitas: Arnaldo Saccomani, eminência parda de vários discos do gênero, pontifica na produção e assinando duas canções. Fez o serviço de sempre, gerando um híbrido entre o que há de pior entre dois sub-estilos (o "bregode" e o "romântico"), num disco que só vai enganar mesmo as fanáticas. (O golpe final é para os fãs do Capital Inicial: Bozo Barretti, tecladista do grupo entre 1987 e 1992, manda ver nos sintetizadores logo na faixa de abertura.)
(Marco Antonio Barbosa)
Faixas