O GOSTO DA CRIAÇÃO
Robertinho de Recife / Zé Ramalho (2002)
Crítica
Cotação:
"Luzes explodem além do espelho que refletiu/ao se afastar a imagem de alguém que você não viu". O novo CD de Zé Ramalho começa assim, com O Gosto da Criação. A música aponta para um caminho bem mais criativo do que o disco anterior Zé Ramalho Canta Raul Seixas (2001). A faixa título chama atenção pela linguagem bastante diferente do violão solo. O responsável, o requisitado músico Yamandu Costa, faz uma parceria perfeita com a percussão decisiva de Firmino e a voz poderosa de Zé. As 12 faixas são de autoria de Zé Ramalho, sem sequer uma parceria. A sonoridade é forte por todo o disco, alternando (mais) momentos criativos com cítaras e violinos (Modificando o Olhar), rabecas e sanfonas (É Praticando na Vida que Muito Vai Aprender) e outros banais, com teclados (Coisas Boas e Mais) e saxofones (O Silêncio dos Inocentes)
O cantor e compositor paraibano deixa aqui um pouco de lado seu poder visionário para aflorar o romântico. O que funciona em Fissura ("E vai deixar numa estrela/a sua imagem e semelhança"), não é tão autêntico em Coisas Boas e Mais - apesar do ótimo título ("e as ondas do rádio/se inundarão"). As "previsões" ficam mais claras só na última faixa O Apocalipse de Zé Limeira, onde as guitarras são o forte: "Eu vejo no apocali - psicologia profunda/de que um dia virá/um astronauta para me salvar". Outra marca forte de Zé pode ser identificada em Modificando o Olhar, um agalopado com influências árabes. Aqui, ele parece chamar a atenção para a volta mais inspirada: "Modificou/olhe pra mim/é o começo/não é o fim". Com muito mais pontos positivos do que tropeços, o novo álbum parece afirmar que Zé ainda não está disposto a se acomodar, apesar dos recentes passos irregulares. Confirmando o título, o cantor recuperou o gostinho por criar.(Mônica Loureiro)
O cantor e compositor paraibano deixa aqui um pouco de lado seu poder visionário para aflorar o romântico. O que funciona em Fissura ("E vai deixar numa estrela/a sua imagem e semelhança"), não é tão autêntico em Coisas Boas e Mais - apesar do ótimo título ("e as ondas do rádio/se inundarão"). As "previsões" ficam mais claras só na última faixa O Apocalipse de Zé Limeira, onde as guitarras são o forte: "Eu vejo no apocali - psicologia profunda/de que um dia virá/um astronauta para me salvar". Outra marca forte de Zé pode ser identificada em Modificando o Olhar, um agalopado com influências árabes. Aqui, ele parece chamar a atenção para a volta mais inspirada: "Modificou/olhe pra mim/é o começo/não é o fim". Com muito mais pontos positivos do que tropeços, o novo álbum parece afirmar que Zé ainda não está disposto a se acomodar, apesar dos recentes passos irregulares. Confirmando o título, o cantor recuperou o gostinho por criar.(Mônica Loureiro)
Faixas