SORTIMENTO VIVO
Rappin' Hood / Zélia Duncan (2002)
Crítica
Cotação:
Por que Eu Não Pensei Nisso Antes?, é o título da faixa 3 deste Sortimento Vivo. Também poderia ser o que passou pela cabeça de Zélia Duncan ao lançar, enfim, seu disco ao vivo, tantos anos de carreira já passados. Não vamos tratar de julgar as intenções (mercadológicas ou artísticas) da cantora com este trabalho, gravado em junho em São Paulo. E sim o resultado final do álbum, que não acrescenta praticamente nada à carreira de Zélia e nem destoa do asséptico tom de tantos outros discos ao vivo recentes. Sortimento Vivo tem valor, se tanto, para os colecionadores completistas. Para os interessados na evolução estética da cantora, que bem ou mal está entronizada no grupo de desbravadores da "nova MPB" (ainda se fala nisso?), há pouco a se extrair do álbum. Novas versões no geral muito parecidas com as de estúdio e um som (incomodamente) limpo demais - dando poucos e estratégicos espaços para sentir o público, de preferência nas músicas mais populares - corroboram a impressão de um trabalho correto... e só. Pesa ainda a duração longa (são 17 músicas) e a, digamos, homogeneidade do conjunto do repertório - todas meio parecidas demais umas com as outras, com raras exceções - levando o disco à beira do cansativo.
O que há de mais pessoal em Zélia, sua marcante voz grave, está preservado, incluindo algumas performances plenas de emoção. Um desses pontos altos é Por Enquanto, em versão acústica, que com a inserção de O Segundo Sol ganhou ares de homenagem sincera a Cássia Eller (ainda que possa ter dado combustível a quem insiste em ver semelhanças demais entre as duas cantoras). Assim como a versão de Boomerang Blues, ao violão de aço. Mas na somatória o disco sofre com o passo meio arrastado que foi empregado à boa parte das músicas, dos sucessos Sentidos e Catedral até às mais suingadas Chicken de Frango e Alma. E também com os arranjos pouco imaginativos, esquálidos, que não criam muito e optam por uma "economia" meio sem graça. Zélia merecia mais à guisa de revisão de carreira.(Marco Antonio Barbosa)
O que há de mais pessoal em Zélia, sua marcante voz grave, está preservado, incluindo algumas performances plenas de emoção. Um desses pontos altos é Por Enquanto, em versão acústica, que com a inserção de O Segundo Sol ganhou ares de homenagem sincera a Cássia Eller (ainda que possa ter dado combustível a quem insiste em ver semelhanças demais entre as duas cantoras). Assim como a versão de Boomerang Blues, ao violão de aço. Mas na somatória o disco sofre com o passo meio arrastado que foi empregado à boa parte das músicas, dos sucessos Sentidos e Catedral até às mais suingadas Chicken de Frango e Alma. E também com os arranjos pouco imaginativos, esquálidos, que não criam muito e optam por uma "economia" meio sem graça. Zélia merecia mais à guisa de revisão de carreira.(Marco Antonio Barbosa)
Faixas