Custódio Mesquita nascimento 25/04/1910 falescimento 13/03/1945

Melodias e harmonias requintadas fizeram de Custódio Mesquita de Pinheiro um dos grandes nomes dos anos 30 e 40, quase sempre citado como o Tom Jobim de seu tempo, também precursor da moderna música brasileira. Pianista virtuoso, gravou discos de 78 rotações com composições de Ernesto Nazareth, mas popularizou-se como autor de marchas e sambas-canções, sendo responsável pela consolidação do fox-canção, gênero inspirado no fox americano. Custódio deu seus primeiros passos na música atrás de uma bateria quando fazia parte do conjunto de escoteiros do Fluminense Futebol Clube, no Rio de Janeiro. Em 1930, já atuava como pianista nas rádios Clube do Brasil, Mayrink Veiga e Philips. Sua primeiras composições gravadas foram Dormindo na Rua, por Silvio Caldas, Prazer em Conhecê-lo, parceria com Noel Rosa cantada por Mário Reis, e Se a Lua Contasse, por Aurora Miranda. Esta última, gravada para o carnaval de 1934, foi seu primeiro sucesso. A partir de então, entrou em evidência e suas canções foram interpretadas pelas vozes de Carmen Miranda, Carlos Galhardo e Orlando Silva. Seu parceiro mais constante foi Evaldo Ruy (Como os Rios que Correm pro Mar, Feitiçaria, Noturno em Tempo de Samba, Promessa, Rosa de Maio), tendo composto também com Orestes Barbosa (Cansei de Sofrer, Flauta, Cavaquinho e Violão), Mário Lago (Nada Além, Enquanto Houver Saudade, Menina Eu Sei de Uma Coisa), Sadi Cabral (Velho Realejo) e David Nasser (Mãe Maria, A Valsa de Maria). Seu jeito de galã rendeu-lhe convites para participar de alguns filmes, como Moleque Tião, com Grande Othelo, e da peça Carlota Joaquina, no papel de Dom Pedro I. Foi, aliás, para o teatro de revista que ele compôs boa parte de sua obra. Como autor teatral, escreveu cerca de 30 peças, como Mamãe eu Quero e Rumo ao Sucesso. Morreu aos 35 anos de crise hepática pouco antes de assumir o cargo de conselheiro da Sociedade Brasileira de Autores Teatrais Ao longo dos anos, recebeu algumas homenagens, sendo que uma delas foi ter virado enredo do desfile do Império da Tijuca, em 1985, com o título Se a Lua Contasse — Vida e Obra de Custódio Mesquita. Custódio ficou esquecido durante certo tempo, mas nos anos 80 voltou a ser gravado. Um dos seus grandes sucessos é Saia do Meu Caminho (com Evaldo Ruy), lançada um ano após sua morte e gravada por Dalva de Oliveira, Ângela Maria, Gal Costa, Nana Caymmi e Miúcha. Mulher (com Sadi Cabral) já foi trilha sonora de dois filmes e, recentemente, tema de abertura do seriado Mulher, da Rede Globo.

Discografia

Discos de carreira
 
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