A MÚSICA BRASILEIRA DESTE SÉCULO POR SEUS AUTORES E INTÉRPRETES - ADEMILDE FONSECA
Ademilde Fonseca (2000)
Crítica
Cotação:
Ademilde Fonseca acabou de completar 80 anos. Há quatro, fez sua participação no programa Ensaio, da TV Cultura (SP), que agora chega ao formato CD. Mesmo com a voz já levemente rouca, ela gravou seus depoimentos e sucessos com seu registro estridente e a tradicional pronúncia pela qual ficou famosa. Irresistível na maneira de cantar casos, bem como de dividir os compassos, a criadora do choro cantado desfia temas imortais que romperam as fronteiras do país e que ela lançou ao sucesso, como Brasileirinho, Tico-Tico no Fubá e o baião Delicado. Ela também recorda outros choros que nunca gravara, como Odeon, ou menos conhecidos como Dono de Ninguém (Carioca), além de grandes choros que ganharam letra de Klecius Caldas: Cinema Mudo (Waldir Azevedo) e Remeleixo (Jacob do Bandolim). Os sambas Batucada em Mangueira (do repertório de Odete Amaral) e Tenha Pena de Mim (sucesso de Aracy de Almeida) também foram recordados por Ademilde nesse disco, juntamente com Camisa Listada, que fez parte do LP À La Miranda, só com canções da Pequena Notável, lançado em 1958, e que ela considera com toda razão em depoimento ao programa um de seus melhores trabalhos. O CD se encerra com Títulos de Nobreza (Ademilde no Choro), que João Bosco e Aldir Blanc lhe deram de presente em 1975. No capítulo dos seus casos, há histórias sobre sua infância, carreira, os principais compositores de seu gênero e até sobre o Rio antigo e a época das guerras mundiais. Há pequenas falhas de áudio e da voz da própria cantora, mas o encantamento do repertório e da presença da diva superam qualquer derrapada.(Rodrigo Faour)
Faixas
7
Pot-pourri
Urubu malandro (Louro - João de Barro)
Que que re que que (João da Baiada)
Que que re que que (João da Baiada)