A MÚSICA BRASILEIRA DESTE SÉCULO POR SEUS AUTORES E INTÉRPRETES - PAULO SOLEDADE
Paulo Soledade (2000)
Crítica
Cotação:
Aviador e boêmio da lendária Turma dos Cafajestes que armava os maiores quiproquós no "café soçaite" carioca dos anos 50, Paulo Soledade também deu uma bela contribuição à MPB. Compondo com alguns parceiros ilustres, como Fernando Lobo, Antonio Maria, Marino Pinto e Vincius de Moraes, ele emplacou alguns sucesssos nas vozes de Dalva de Oliveira, Helena de Lima, Lúcio Alves, Nora Ney, Maysa, Silvio Caldas, Emilinha Borba entre outros. No programa MPB Especial (Ensaio/ TV Cultura), gravado em 1975, o compositor conta curiosidades de sua carreira e de diversas personalidades marcantes da vida carioca de meados do século XX. Narra também como nasceram sucessos, como a marcha Zum-Zum, gravada por Dalva de Oliveira, grande sucesso do carnaval de 1950. Ela foi composta depois da missa de sétimo dia de um companheiro seu de aviação e boêmia, Edu. O verso "Ele que era o porta-estandarte" foi sugestão de Dorival Caymmi, amigo de Paulo e de Fernando Lobo, seu parceiro nessa marcha. Foi também pela voz cortante de Dalva que a marcha-rancho Estrela do Mar ganhou o Brasil em 51 ("Um pequenino grão de areia/ Que era um pobre sonhador/ Olhando o céu viu uma estrela/ Imaginou coisas de amor").
Mesmo sem ter uma voz à altura de suas músicas, ele recorda ainda neste CD uma linda faixa do primeiro 78 rpm de Nora Ney, Quanto Tempo Faz ("...do dia de nossa briga/ Que redundou em intriga/ Fracasso, desilusão") e outro samba dor-de-cotovelo celebrizado por Linda Batista, Meu Pecado Não (..."nosso pecado sim/ Eu errei mas você errou também"). Antes de cantar os poemas infantis de Vinicius de Moraes que ele musicou - como São Francisco, Peru e A Formiga - e o adulto (e mais famoso) Poema dos Olhos da Amada, Paulo conta que foi ele quem apresentou o poeta a Tom Jobim, então arranjador da gravadora Continental, para que juntos compusessem os temas da peça Orfeu da Conceição, em 56. Para encerrar, ele entoa sua canção favorita, a marcha-rancho Estão Voltando as Flores, carro-chefe de Helena de Lima. Trata-se de um CD interessante para revelar um autor normalmente esquecido nas análises da MPB.(Rodrigo Faour)
Mesmo sem ter uma voz à altura de suas músicas, ele recorda ainda neste CD uma linda faixa do primeiro 78 rpm de Nora Ney, Quanto Tempo Faz ("...do dia de nossa briga/ Que redundou em intriga/ Fracasso, desilusão") e outro samba dor-de-cotovelo celebrizado por Linda Batista, Meu Pecado Não (..."nosso pecado sim/ Eu errei mas você errou também"). Antes de cantar os poemas infantis de Vinicius de Moraes que ele musicou - como São Francisco, Peru e A Formiga - e o adulto (e mais famoso) Poema dos Olhos da Amada, Paulo conta que foi ele quem apresentou o poeta a Tom Jobim, então arranjador da gravadora Continental, para que juntos compusessem os temas da peça Orfeu da Conceição, em 56. Para encerrar, ele entoa sua canção favorita, a marcha-rancho Estão Voltando as Flores, carro-chefe de Helena de Lima. Trata-se de um CD interessante para revelar um autor normalmente esquecido nas análises da MPB.(Rodrigo Faour)
Faixas
10
Pot pourri
Peru (Paulo Soledade - Toquinho - Vinicius de Moraes)
A formiga (Paulo Soledade - Vinicius de Moraes)
A cachorrinha (Tom Jobim - Vinicius de Moraes)
A formiga (Paulo Soledade - Vinicius de Moraes)
A cachorrinha (Tom Jobim - Vinicius de Moraes)