A VOZ DO CORAÇÃO
Virgínia Rosa (2001)
Crítica
Cotação:
Virgínia Rosa teve um princípio de aproximação com o grande público ao defender, no Festival da Música Brasileira (no ano passado) a música Vão, de Dante Ozzetti.A Voz do Coração é seu segundo álbum (gravado ao vivo) no qual a cantora parece disposta a mostrar sua (aparentemente) imensa versatilidade. Virgínia
atira em muitas direções, o que não quer dizer que a coerência de seu trabalho saia prejudicada. Pode parecer aos mais afoitos mero ecletismo vazio, só que a cantora sabe dar conta satisfatoriamente de uma ampla gama de estilos. Ponto a seu favor foi a acertada escolha do estilo de arranjos. A sonoridade do disco é econômica, fundamentada num consistente jogo entre violões e guitarra. Além dos instrumentos de corda, apenas ocasionais intervenções de percussão fazem o acompanhamento - e às vezes nem isso. Virgínia soa especialmente verdadeira e interessante nos sambas do disco. Mas isso não atrapalha sua capacidade de trafegar por outros sons.
Como cantora, Virgínia convence com facilidade. Solta agudos impressionantes em Beleza Brutal contrastando com as precisas modulações da já citada Pressentimento, o registro volátil de Pra Que e com a pegada forte impressa em Quero ou Balada do Cachorro Louco. De forma ousada, ela canta Folhas no Ar só com uma batucada em caixa de fósforo de fundo, o que ressalta ainda mais a beleza de sua performance neste lindo samba de Elton Medeiros e Hermínio Bello de Carvalho. Ela ainda demonstra intimidade extra com a dupla de compositores interpretando Pressentimento (com direito a citação de O Morro Não Tem Vez, de Tom e Vinicius), e retoma a batucada na bela Samba de Pessoa que Quer Ser Feliz. Também arrisca baladas (Até a Lua e Quase um Segundo) e empresta um tom jazzístico - via a guitarra de Dino Barioni - a Qui Nem Jiló. Até mesmo uma aproximação com o folclore (na dobradinha Mãe Preta e São João Da-ra-rão) cabe no álbum sem muito deslocamento. (Marco Antonio Barbosa)
Como cantora, Virgínia convence com facilidade. Solta agudos impressionantes em Beleza Brutal contrastando com as precisas modulações da já citada Pressentimento, o registro volátil de Pra Que e com a pegada forte impressa em Quero ou Balada do Cachorro Louco. De forma ousada, ela canta Folhas no Ar só com uma batucada em caixa de fósforo de fundo, o que ressalta ainda mais a beleza de sua performance neste lindo samba de Elton Medeiros e Hermínio Bello de Carvalho. Ela ainda demonstra intimidade extra com a dupla de compositores interpretando Pressentimento (com direito a citação de O Morro Não Tem Vez, de Tom e Vinicius), e retoma a batucada na bela Samba de Pessoa que Quer Ser Feliz. Também arrisca baladas (Até a Lua e Quase um Segundo) e empresta um tom jazzístico - via a guitarra de Dino Barioni - a Qui Nem Jiló. Até mesmo uma aproximação com o folclore (na dobradinha Mãe Preta e São João Da-ra-rão) cabe no álbum sem muito deslocamento. (Marco Antonio Barbosa)
Faixas