ACÚSTICO MTV
Kid Abelha (2002)
Crítica
Cotação:
A longevidade do Kid Abelha dentro do pop brasileiro merece uma tese de mestrado. Quando menos se percebeu, já se passaram 20 anos desde a aparição do grupo - e, irritando a alguns mas agradando a vários, Paula Toller & seus acólitos sobreviveram, quase incólumes, a modas e ondas. Infelizmente, seu Acústico MTV não presta honraria suficiente à efémeride do trio. Mesmo em seus momentos mais descartáveis, Paula, George Israel e Bruno Fortunato conseguiam manter uma indefinível fagulha de vitalidade, um viço que falta a esse disco "acústico" (aliás, o segundo da carreira da banda). "Acústico" entre aspas porque o Kid caiu no canto da sereia do falso despojamento que vitimou, um atrás do outro, gente como Cássia Eller, Cidade Negra e Roberto Carlos. Ao mesmo tempo em que não se despoja coisa alguma - pois os arranjos acabam ficando até mais elaborados que as versões de estúdio - parece que o ambiente unplugged instiga uma certa "moleza" nas interpretações, um excesso de suavidade, de limpeza. Nesse contexto, a graciosidade do pop do KA se perde. Não que as quase-novas versões tenham ficado ruins; elas apenas são irrelevantes.
A versão cool para Lágrimas e Chuva sumariza o disco. Corretíssima, suave, a música não faz feio. Mas dá uma tremenda saudade do pop bobinho mas charmoso do original. A banda engana bem na porção mais forte do repertório - as canções legadas por Leoni, como a já citada Lágrimas..., Os Outros (com Paula e piano, só), Como Eu Quero. A coisa aperta no material mais recente - Maio, Eu Só Penso em Você, mesmo a bobagem inédita Gilmarley Song, em homenagem a Gilberto Gil. Há espaço para surpresinhas. Brasil, cantada por George, é uma delas. O cover do Ira!, Mudança de Comportamento, com a chancela do autor Edgard Scandurra, cai igualmente bem. De resto, ouve-se apenas o retrato de um grupo veterano num momento burocrático e protocolar. Como se pensassem "ei, tá todo mundo gravando, por que não fazemos um também?"(Marco Antonio Barbosa)
A versão cool para Lágrimas e Chuva sumariza o disco. Corretíssima, suave, a música não faz feio. Mas dá uma tremenda saudade do pop bobinho mas charmoso do original. A banda engana bem na porção mais forte do repertório - as canções legadas por Leoni, como a já citada Lágrimas..., Os Outros (com Paula e piano, só), Como Eu Quero. A coisa aperta no material mais recente - Maio, Eu Só Penso em Você, mesmo a bobagem inédita Gilmarley Song, em homenagem a Gilberto Gil. Há espaço para surpresinhas. Brasil, cantada por George, é uma delas. O cover do Ira!, Mudança de Comportamento, com a chancela do autor Edgard Scandurra, cai igualmente bem. De resto, ouve-se apenas o retrato de um grupo veterano num momento burocrático e protocolar. Como se pensassem "ei, tá todo mundo gravando, por que não fazemos um também?"(Marco Antonio Barbosa)
Faixas