AÍ MALUCO
Drumagick (2000)
Crítica
Cotação:
O Brasil tem drum’n bass, sim senhor. E o Drumagick está aí para mostrar que, uma vez que o software esteja à mão, é perfeitamente possível, com nossa velha sensibilidade musical, domar um estilo alienígena e dele extrair algo interessante. Bem menos experimentais que outros produtores brazucas (como Paulo Beto, que gravou sob a alcunha de Anvil FX o ótimo Lo-Fi Genesis), os dois irmãos fizeram um disco que, se não tem a alucinante quebradeira rítmica de alguns gringos e nem inova tanto a ponto de ser considerado revolucionário, ao menos é bem produzido e eficiente na sua missão de animar as festas (ou mesmo um jantar com os amigos). O Drumagick opta por um drum’n bass de orientação jazzística (vide o tradicional groove de baixo acústico com sax em Metromorfose – XRS Land Remix), com algumas passagens mais soturnas, como na faixa-título (que está bem mais acelerada no remix de Marky) e em Peso Líquido, que lembra o estilo do mestre britânico Grooverider. Max de Castro dá um toque de bossa, com seu piano, à música A Maré. Já em Face (Improove Your Life), os irmãos investem nos vocais femininos, com resultados que aproximam aos trabalhos de um Roni Size. Max volta, mais sambista, para colorir com o violão a faixa Funquiada, uma das melhores faixas do disco (mais jazzística no remix do Ram Science de Ramilson Maia). Equilibrado em seus vários climas e elementos sonoros, Aí Maluco revela em Jr. Deep e Guilherme Lopes uma dupla de produtores de grande bom gosto, com potencial para grandes vôos.(Silvio Essinger)
Faixas