ARI LOBO
Ari Lobo (1974)
Crítica
Cotação:
Embora não sejam tão populares no "sul maravilha" - espelho da mídia nacional -, forrozeiros veteranos como Marinês & Sua Gente e Ari Lobo a vida inteira tiveram público cativo no Nordeste, onde seus discos sempre venderam como água e seus velhos vinis são venidos a altos preços nos sebos. Se a primeira foi recentemente resgatada por Elba Ramalho num CD comemorativo, Ari permanece esquecido pelas bandas sulistas, principalmente depois que morreu precocemente, aos 50 anos, em 1980. Seu som é puro forró de raiz. E dos melhores! Com arranjos interessantes e interpretações bem dosadas, munido de uma voz rascante, o CD Ari Lobo (1974) relançado pela EMI (que detém hoje o acervo da extinta Copacabana) é simpático, apesar de não trazer nenhum de seus grandes sucessos. Há baiões dançantes (Te Manda, Vamos Zarpar), canções de inspiração na fé popular (O Santo Padrinho Cícero e Filho de Xangô) ou de temas diversos, como S.O.S. ao I.N.P.S., bastante curiosa, de letra bem construída e toda rimada em s. "Quando a gente envelhece/ Muita coisa acontece/ Reumatismo aparece/ A cabeça adoece/ Um braço logo amolece/ Uma perna endurece/ A barriga incha e cresce/ O sangue sobe e não desce...". Bem chão, bem Brasil.(Rodrigo Faour)
Faixas