AUTOLOAD
Autoload (2001)
2001
Net Records
NET0005
Crítica
Cotação: 
O drum'n'bass parece ser mesmo o gênero preferido dos (ainda poucos) aventureiros da música eletrônica brasileira. O duo paulista Autoload também envereda firme pelos breakbeats em velocidade supersônica, conseguindo um resultado original ao mesclar as convenções consagradas do debê com influências de hip hop e soul music. O primeiro disco da dupla alterna batidões velozes e pesados com faixas mais climáticas e "musicais" e se distancia da sujeira agressiva do jungle mais radical.
Várias faixas têm vocais, com letras que discorrem sobre a alienação urbana. A mais notável fica sendo Do Morro ao Jungle, drum'n'bass downtempo (de andamento mais lento) conduzido por uma performance cheia de soul de Paula Lima. Esta música, legítimo cruzamento da electronica com a tradição da música negra brasileira, pode até mesmo fazer com que a dupla ultrapasse o restrito circuito dos clubes alternativos. O rapper MC Gaspar pontifica em alguns dos melhores momentos do álbum, como na ótima Mameluco Urbano; na igualmente boa Infernocosmopolitacelerado, o recado é dado por Rica "Caveman". É interessante notar que já existem vocalistas brasileiros com a noção exata do tempo frenético do drum'n'bass, com interpretações que não ficam a dever às matrizes inglesas do ritmo.
No campo instrumental, o Autoload não faz nenhuma viagem mais ousada dentro dos padrões sônicos do drum'n'bass; às vezes, incorrem até em alguns clichês do estilo, de leve. Ainda assim, Érico Theobaldo e Marcos Kuru (os componentes da dupla) imprimem sua assinatura em pequenos detalhes, como na flauta que adorna Global Funk e na interessante sacação de samplear Objeto Semi-identificado (Gil/Duarte/Duprat) em Le Nouveau Milionaire. A presença do hip hop no som da dupla se faz forte na vinheta Intro, que tem direito a scratches e tudo. Balaços como Evite Atrasos e A Flecha têm o potencial certeiro para esquentar pistas de dança exigentes. Um disco de música eletrônica muito bem produzido, que vem somar-se à animada cena debê local. Já dá para dançar com o similar nacional!
(Marco Antonio Barbosa)
Várias faixas têm vocais, com letras que discorrem sobre a alienação urbana. A mais notável fica sendo Do Morro ao Jungle, drum'n'bass downtempo (de andamento mais lento) conduzido por uma performance cheia de soul de Paula Lima. Esta música, legítimo cruzamento da electronica com a tradição da música negra brasileira, pode até mesmo fazer com que a dupla ultrapasse o restrito circuito dos clubes alternativos. O rapper MC Gaspar pontifica em alguns dos melhores momentos do álbum, como na ótima Mameluco Urbano; na igualmente boa Infernocosmopolitacelerado, o recado é dado por Rica "Caveman". É interessante notar que já existem vocalistas brasileiros com a noção exata do tempo frenético do drum'n'bass, com interpretações que não ficam a dever às matrizes inglesas do ritmo.
No campo instrumental, o Autoload não faz nenhuma viagem mais ousada dentro dos padrões sônicos do drum'n'bass; às vezes, incorrem até em alguns clichês do estilo, de leve. Ainda assim, Érico Theobaldo e Marcos Kuru (os componentes da dupla) imprimem sua assinatura em pequenos detalhes, como na flauta que adorna Global Funk e na interessante sacação de samplear Objeto Semi-identificado (Gil/Duarte/Duprat) em Le Nouveau Milionaire. A presença do hip hop no som da dupla se faz forte na vinheta Intro, que tem direito a scratches e tudo. Balaços como Evite Atrasos e A Flecha têm o potencial certeiro para esquentar pistas de dança exigentes. Um disco de música eletrônica muito bem produzido, que vem somar-se à animada cena debê local. Já dá para dançar com o similar nacional!
(Marco Antonio Barbosa)
Faixas
