BIS CANTORES DO RÁDIO - ISAURA GARCIA
Isaura Garcia (2000)
Crítica
Cotação:
Em 1941, Isaura Garcia começou a gravar na antiga Columbia e, menos de ano depois, já estava na RCA como uma espécie de Aracy de Almeida paulista. Cantava samba de forma tão brejeira e suingada quanto a primeira, só que com a voz um pouco mais burilada. Primeira cantora de São Paulo a ganhar projeção nacional (sem ter que se mudar para o Rio), A Personalíssima - como era anunciada pelos radialistas - colecionou sucessos entre as décadas de 40 e 50. Ela assinou com a Odeon em 56, justamente na fase em que o LP começava a se firmar como novo formato, e nessa etiqueta lançou diversos discos, a maioria dos quais acompanhada pelo organista Walter Wanderley, então seu marido, que produzia aquele som lounge que agora voltou à moda. Tal tipo de arranjo às vezes fica um pouco anacrônico ao tipo de balanço da cantora, estragando um pouco algumas faixas. Nesse ponto, o acompanhamento instrumental de samba autêntico da fase da RCA é bem mais interessante, principalmente no que se refere aos seus primeiros sucessos que ela regravou na Odeon, como Mensagem, De Conversa em Conversa, O Sorriso do Paulinho, Edredon Vermelho e Duas Mulheres e um Homem.
Mesmo assim, essa fase de fins dos anos 50 e início dos 60 traz alguns bons momentos, como Água de Beber (que Isaura foi uma das primeiras a gravar), Saudade Querida, Cansei de Ilusões, O Que é Que eu Faço?, Foi a Noite, Palhaçada e a hilária Hoje É pra Mim - Isaura era especialmente boa nos sambas cômicos. A coletânea inclui também a raríssima gravação original do gracioso samba Mocinho Bonito (Billy Blanco), que Doris Monteiro pouco depois também gravou e quatro faixas do ótimo LP Atualíssima, de 1963 (Questão de Moral, Mania de Maria, Melancolia e Errinho à Toa) - todas arranjadas pelo craque Lyrio Panicalli. É claro que essas informações não estão no malcuidado encarte (a EMI é quase sempre péssima em termos de informações em suas coletâneas). Se não fosse por todas essas, só pelo desconhecido samba-canção Contra-Senso (que, assim como Mocinho Bonito, é do seu primeiro LP de dez polegadas, de 56), já valeria à pena comprar o disco. Com seu sotaque do Brás, ela encerra a faixa que fala de embates amorosos com um "Ai, que 'rrrraiva'!" Impagável.(Rodrigo Faour)
Mesmo assim, essa fase de fins dos anos 50 e início dos 60 traz alguns bons momentos, como Água de Beber (que Isaura foi uma das primeiras a gravar), Saudade Querida, Cansei de Ilusões, O Que é Que eu Faço?, Foi a Noite, Palhaçada e a hilária Hoje É pra Mim - Isaura era especialmente boa nos sambas cômicos. A coletânea inclui também a raríssima gravação original do gracioso samba Mocinho Bonito (Billy Blanco), que Doris Monteiro pouco depois também gravou e quatro faixas do ótimo LP Atualíssima, de 1963 (Questão de Moral, Mania de Maria, Melancolia e Errinho à Toa) - todas arranjadas pelo craque Lyrio Panicalli. É claro que essas informações não estão no malcuidado encarte (a EMI é quase sempre péssima em termos de informações em suas coletâneas). Se não fosse por todas essas, só pelo desconhecido samba-canção Contra-Senso (que, assim como Mocinho Bonito, é do seu primeiro LP de dez polegadas, de 56), já valeria à pena comprar o disco. Com seu sotaque do Brás, ela encerra a faixa que fala de embates amorosos com um "Ai, que 'rrrraiva'!" Impagável.(Rodrigo Faour)
Faixas
DISCO 1
DISCO 2