BRASILERANÇA
Xangai & Quinteto da Paraíba (2001)
Crítica
Cotação:
Uma voz que traduz o sertão inserida numa sonoridade de câmara. A experiência já foi feita uma vez, em 1998, e ganha agora uma segunda versão. É Xangai e o Quinteto da Paraíba, juntos no CD Brasilerança. O resultado é único: instrumentos clássicos - violinos, violoncelo, violões - se mesclam a rabeca, viola, triângulo e deixam de lado qualquer preconceito. Os violinos - muitas vezes fazendo parceria com a rabeca - são os mais presentes no CD, que tem composições de Juraildes da Cruz, Jacinto Silva, Maciel Melo, e o sempre obrigatório Elomar. O velho companheiro de Xangai aparece na tocante Curvas do Rio ("é duro moço/esse mosquêro na cozinha/a corda pura e a cuia sem/um grão de farinha") e na carinhosa Cantada ("Não sei porque você um quase nada/do universo perdido nos céus/apaga estrelas, luas e alvoradas/e enche de luz radiosa os olhos meus").
Infelizmente, o repertório traz muitas regravações, ainda que tenha o mérito de oferecer arranjos bastante diferentes. De Cantoria de Festa, de 97, tem Não é Brincadeira, de Maciel Melo - que aqui faz dueto com Xangai - e Serra da Borborema/Balanço da Sereia/Quem Casou, Casou. Como no registro anterior, tem participação de Mariá, filha de Xangai. E do primeiro Cantoria (disco com Xangai, Elomar, Vital Faria e Geraldo Azevedo) repetem-se a intrigante Kukukaya e a engraçada ABC do Preguiçoso (Ai D'eu Sodade). A primeira ganhou um surpreendente sax alto e a segunda manteve o formato voz-violão. Jacinto Silva está presente em Gírias do Norte, Coco Sincopado e Gago Grego, e Luiz Gonzaga/Humberto Teixeira em Paraíba. As duas inéditas são Utopia, de Chico César (que participa cantando), e Pequenina, de Renato Teixeira. Vale terminar com um comentário de Ricardo Anísio no encarte: "Ouvir Xangai e o Quinteto da Paraíba é dizer não ao massacre da nossa cultura". (Mônica Loureiro)
Infelizmente, o repertório traz muitas regravações, ainda que tenha o mérito de oferecer arranjos bastante diferentes. De Cantoria de Festa, de 97, tem Não é Brincadeira, de Maciel Melo - que aqui faz dueto com Xangai - e Serra da Borborema/Balanço da Sereia/Quem Casou, Casou. Como no registro anterior, tem participação de Mariá, filha de Xangai. E do primeiro Cantoria (disco com Xangai, Elomar, Vital Faria e Geraldo Azevedo) repetem-se a intrigante Kukukaya e a engraçada ABC do Preguiçoso (Ai D'eu Sodade). A primeira ganhou um surpreendente sax alto e a segunda manteve o formato voz-violão. Jacinto Silva está presente em Gírias do Norte, Coco Sincopado e Gago Grego, e Luiz Gonzaga/Humberto Teixeira em Paraíba. As duas inéditas são Utopia, de Chico César (que participa cantando), e Pequenina, de Renato Teixeira. Vale terminar com um comentário de Ricardo Anísio no encarte: "Ouvir Xangai e o Quinteto da Paraíba é dizer não ao massacre da nossa cultura". (Mônica Loureiro)
Faixas
Brasil X Portugal (Xisto Medeiros, Lúcio Lins)
Coco sincopado (Jacinto Silva)
De quinze pra trás (Xangai, Pinto Pelado)
O sapo no saco (Jararaca, Ratinho)
Coco sincopado (Jacinto Silva)
De quinze pra trás (Xangai, Pinto Pelado)
O sapo no saco (Jararaca, Ratinho)
Poema de Rogaciano Leite, do livro <i>Carne e Alma</i>
Balanço da sereia (Déo do Baião)
Quem casou, casou (Elias José Alves)
Quem casou, casou (Elias José Alves)