CABÔ
Zé Renato (2000)
Crítica
Cotação:
Sem ranço conservador, flexionando com habilidade a voz aguda, o ex-Boca Livre desenvolve uma carreira solo de reciclagem da MPB tradicional. Depois de visitas ao repertório de Silvio Caldas (90 Anos, Arranha-céu) e Zé Ketti (Natural do Rio de Janeiro), ele explora o próprio material autoral numa linha de samba choro seresteiro (Cama de Ilusão, com Paulinho Moska), sambas canções (Tarde Demais, com Abel Silva, em belíssimo bordado de baixaria), samba sincopado (Pandeiro, com Nei Lopes), afro-samba (Candidas Neves, com Nei Lopes, com um belo trabalho de coro), samba gingado (Na São Sebastião, com Lenine, Recente Viuvez, com Sérgio Fonseca), samba lento (Porque Eu Estou Aqui, com Arnaldo Antunes), além de pérolas alheias pinçadas com esmero como o coco Como Tem Zé na Paraíba (Manezinho Araujo/ Catulo de Paula) e outro sincopado Até Hoje Não Voltou (Geraldo Pereira/ J.Portela). Com uma pitada de dissonância no samba de roda (Cabô, parceria com Pedro Luís), o CD de Zé tira a naftalina do passado e atualiza os cânones.
(Tárik de Souza)
Faixas