CAMERATA DE VIOLÕES DO CBM
Camerata de Violões do CBM (2001)
2001
Conservatório Brasileiro de Música
CBM 003
Crítica
Cotação:
Contando cinco anos de existência, a Camerata de Violões do Conservatório Brasileiro de Música lança agora seu primeiro CD, gravado em fins de 98 na Sala Cecília Meireles (RJ), totalmente dedicado ao repertório nacional. O ecletismo é a tônica, indo do nacionalismo pós-romântico de Oscar Lorenzo Fernandez (1897-1948), fundador do Conservatório Nacional de Música, até o mais que contemporâneo João Mendes, cuja vanguardista peça Violofônika é para violões preparados, explorando todas as possibilidades de sonoridade do instrumento. Formada por oito violonistas, sob direção de Paulo Pedrassoli (que também é integrante), a Camerata alterna adaptações e peças compostas especialmente para o grupo, como Música para a Camerata de Violões, de Hermeto Pascoal. Algumas, inclusive, são de autoria de integrantes da Camerata: Gaetano Galifi, Valmyr de Oliveira e Rogério Borda. Não por acaso, são elas que melhor exploram a multiplicidade sonora potencial das 48 cordas do conjunto. Completam a formação Artur Gouvêa, Fábio Adour, Célio Delduque e Ricardo Filipo, os três últimos presentes no disco, mas atualmente substituídos por Luis Leite, Bruno Correia e Antônio Mello.
De Lorenzo Fernandez, temos o Batuque da ópera Malazarte (cujo libreto foi escrito por Graça Aranha, uma das figuras de proa da Semana de 22), incursão do autor pela música modernista brasileira, e três estudos que colocam à prova o virtuosismo técnico dos violonistas. A decisão de incluir a Bachianas Brasileiras nº 1 de Villa-Lobos no fundo pouco acrescenta ao disco. Composta na década de 30 para orquestra de violoncelos, por um compositor que escrevia tão bem para violão, a peça, dividida na brejeira Embolada, na Modinha e na fuga Conversa, tem aqui uma adaptação tradicional, que traz a reboque o status do nome Villa-Lobos entre outros menos conhecidos. Mas nem por isso menos válidos. Entre as novidades, destaca-se a vigorosa Música Mundana de Eisenberg, uma fuga tradicional (como a Conversa da Bachiana), que obedece às rígidas regras deste tipo de composição, sem perder a espontaneidade e o caráter de fábula musical de nosso dia-a-dia. Composta originalmente para três harpas, ganhou uma transcrição para seis violões feita pelo próprio autor. Imagem Carioca, de Ricardo Tacuchian, e Cor Esperança de Rogério Borda, também trazem bons momentos ao CD, ainda que em arranjos um pouco convencionais. Já a Música para a Camerata, de Hermeto, composta em uma visita do conjunto ao compositor, prima, como sempre, pelo bom humor e inventividade.
Para quem quiser conferir ao vivo, o show de lançamento acontece amanhã, dia 18, às 18h30 no Paço Imperial (RJ). O CD pode ser adquirido também através do site do Conservatório: www.cbm.org.br.(Nana Vaz de Castro)
De Lorenzo Fernandez, temos o Batuque da ópera Malazarte (cujo libreto foi escrito por Graça Aranha, uma das figuras de proa da Semana de 22), incursão do autor pela música modernista brasileira, e três estudos que colocam à prova o virtuosismo técnico dos violonistas. A decisão de incluir a Bachianas Brasileiras nº 1 de Villa-Lobos no fundo pouco acrescenta ao disco. Composta na década de 30 para orquestra de violoncelos, por um compositor que escrevia tão bem para violão, a peça, dividida na brejeira Embolada, na Modinha e na fuga Conversa, tem aqui uma adaptação tradicional, que traz a reboque o status do nome Villa-Lobos entre outros menos conhecidos. Mas nem por isso menos válidos. Entre as novidades, destaca-se a vigorosa Música Mundana de Eisenberg, uma fuga tradicional (como a Conversa da Bachiana), que obedece às rígidas regras deste tipo de composição, sem perder a espontaneidade e o caráter de fábula musical de nosso dia-a-dia. Composta originalmente para três harpas, ganhou uma transcrição para seis violões feita pelo próprio autor. Imagem Carioca, de Ricardo Tacuchian, e Cor Esperança de Rogério Borda, também trazem bons momentos ao CD, ainda que em arranjos um pouco convencionais. Já a Música para a Camerata, de Hermeto, composta em uma visita do conjunto ao compositor, prima, como sempre, pelo bom humor e inventividade.
Para quem quiser conferir ao vivo, o show de lançamento acontece amanhã, dia 18, às 18h30 no Paço Imperial (RJ). O CD pode ser adquirido também através do site do Conservatório: www.cbm.org.br.(Nana Vaz de Castro)
Faixas