CHICO BUARQUE - PRIMEIRAS COMPOSIÇÕES
Paulinho Nogueira (2002)
Crítica
Cotação:
Infelizmente, o reconhecimento público de Paulinho Nogueira não está à altura de sua estatura como instrumentista - se estivesse, este álbum seria saudado com salvas de canhão. Dentro do restrito círculo dos cultores da música instrumental, Paulinho pode contar com a devida valorização deste seu último trabalho, no qual recria exclusivamente canções de Chico Buarque dos primeiríssimos anos. O inusitado, quase ousado, do projeto salta aos olhos; Chico, sempre reverenciado como grande poeta, tem aqui seu lado de melodista posto em primeiro plano, num álbum 100% instrumental. Paulinho apropria-se das obras-primas do jovem Chico com pungência e fluidez. Não há vôos excessivos de virtuosismo. O violão soa elegante, pleno de invenção nas batidas e nos acordes complexos (especialmente nas introduções), e ainda assim nenhuma das canções têm sua melodia descaracterizada. Um álbum econômico (pouco mais de 30 minutos), de beleza singela e uma homogeneidade sonora que não dá margem a apontar este ou aquele destaque.
Os dedilhados precisos enfeitam, substituindo o canto, cada uma das músicas. Tanto melhor se o violão vem acompanhado da sutil flauta de Teco Cardoso (pontuando em Joana Francesa e Olhos nos Olhos, esta em uma versão que substitui o tom denso da original por um clima mais brejeiro). Ou da percussão de João Parahyba, do Trio Mocotó, que garante a marcação marcial de A Banda ou a batucada sutil de Quem Te Viu, Quem Te Vê. Na maioria das músicas, Paulinho está só, recriando com mansidão os sambas sofisticados (Olê, Olá, Carolina, Quem Te Viu, Quem Te Vê) e valorizando tanto as melodias enganosamente simples de pérolas como A Banda ou João e Maria quanto o refinamento de Joana Francesa ou Noite dos Mascarados.(Marco Antonio Barbosa)
Os dedilhados precisos enfeitam, substituindo o canto, cada uma das músicas. Tanto melhor se o violão vem acompanhado da sutil flauta de Teco Cardoso (pontuando em Joana Francesa e Olhos nos Olhos, esta em uma versão que substitui o tom denso da original por um clima mais brejeiro). Ou da percussão de João Parahyba, do Trio Mocotó, que garante a marcação marcial de A Banda ou a batucada sutil de Quem Te Viu, Quem Te Vê. Na maioria das músicas, Paulinho está só, recriando com mansidão os sambas sofisticados (Olê, Olá, Carolina, Quem Te Viu, Quem Te Vê) e valorizando tanto as melodias enganosamente simples de pérolas como A Banda ou João e Maria quanto o refinamento de Joana Francesa ou Noite dos Mascarados.(Marco Antonio Barbosa)
Faixas