CHORINHOS E CHORÕES - VOL. 2

Com ênfase nos desempenhos do ás do cavaquinho Waldir Azevedo, essa coletânea abre espaço para um tipo de executante de choro mais popularesco como os sopristas Saraiva (Corinthiano, A Natureza) e Domingos Pecci (Que Noite Estrelada, Mágoas de um Chorão), além de Miranda e seu regional. Este último exagera na caça à audiência enfiando óbvias e desagradáveis gargalhadas no Choro Gozado. A faixa anterior Camundongo (Waldir Azevedo) que reúne o autor, Carlos Poyares e Isaías e seus Chorões e a rara e exímia cantora do ramo Ademilde Fonseca é engraçada sem apelações. Aliás, o gênero já embute suficiente brejeirice instrumental como demonstram temas como Diabinho Maluco (Jacob do Bandolim) no encordoado denso do Conjunto Época de Ouro (também cintilante em Noites Cariocas) ou Carioquinha, na palheta esperta do mesmo Waldir Azevedo que abre o disco com uma de suas mais belas melodias, Vê Se Gostas. De desempenho mais associado à seresta (foi professor de violão do presidente Juscelino Kubitschek), Dilermando Reis dedilha seu instrumento com preciosismo no tema clássico de João Pernambuco Sons de Carrilhões. Mesmo irregular nas escolhas o disco fornece (sem referencia às datas ou procedências de cada faixa) um bom painel do choro e arrabaldes instrumentais. (Tárik de Souza)