COLEÇÃO NACIONAL
Instituto / Flu / Fred 04 (2002)
2002
YBrazil?Music
YB/INST CD001
Crítica
Cotação:
Rica Amabis é um cara cheio de idéias e expedientes. Não contente em trabalhar sua própria musicalidade (que pode ser ouvida no álbum Sambadelic), ele ainda foi capaz de tramar o coletivo Instituto: uma reunião de mais de 15 grupos e artistas solo, todos indepedentes e (mais ou menos) sintonizados em uma mesma freqüência. No caso, a exploração das fronteiras cada vez mais tênues entre a tradição da música brasileira e as possibilidades geradas com a eletrônica. Alternando-se surpreendentemente entre o samba, ritmos nordestinos, hip hop, dub, reggae, drum'n'bass e muito mais, o Instituto celebra a liberdade de pensamento aplicada à evolução do pop brasileiro. Pela grande quantidade de artistas e propostas diferentes incluídas no pacote, o resultado fica mais desigual e menos coeso que, por exemplo, em Contraditório? (DJ Dolores) ou Combatente (Stereo Maracanã) - apenas para citar dois nomes que caminham na mesma seara. Isso não impede que o disco contenha ótimas surpresas a cada faixa, num rompante quase ininterrupto de criatividade.
Amabis, seus colaboradores diretos (Tejo, Ganja Man e Rodrigo Silveira) e a miríade de agregados saem-se muito bem no hip hop. Mas é um hip hop diferente, híbrido, impuro. E muito interessante. Sabotage - talvez a melhor voz do rap nacional atual - mistura África e samba paulistano nas ótimas Cabeça de Nego e Dama Tereza. Rappin'Hood não iria querer ficar para trás e também envereda pelo samba, na contundente Dia do Desfile. O carioca BNegão traz o recifense Otto na igualmente boa O Dia Seguinte (com letra altamente politizada). Bom é notar que nem só de hip hop vive o Instituto. Delírios instrumentais como a climática Verdin 2 ou a bizarra Kianca (do malucão gaúcho Flu) convivem bem com o bom remix de Juntando Coco, ancestral tema de Dona Cila do Coco. E o dub, paixão maior do grupo, solta os bichos na longuíssima Traidores da Babilônia, que fecha o disco. Nem tudo dá 100% certo. Dub do Galo, por exemplo, é uma bobagem pseudo-experimental que esbarra na chatice. Mesmo caso da mal-ajambrada Solaris, na qual Jorge Du Peixe, Pupilo e Lucio Maia (todos da Nação Zumbi) brincam de ser jamaicanos. Erros que se devem à (muito louvável) vontade de atingir o inesperado a qualquer preço; as ideías são tantas que acabam se embolando. Normal e perdoável.(Marco Antonio Barbosa)
Amabis, seus colaboradores diretos (Tejo, Ganja Man e Rodrigo Silveira) e a miríade de agregados saem-se muito bem no hip hop. Mas é um hip hop diferente, híbrido, impuro. E muito interessante. Sabotage - talvez a melhor voz do rap nacional atual - mistura África e samba paulistano nas ótimas Cabeça de Nego e Dama Tereza. Rappin'Hood não iria querer ficar para trás e também envereda pelo samba, na contundente Dia do Desfile. O carioca BNegão traz o recifense Otto na igualmente boa O Dia Seguinte (com letra altamente politizada). Bom é notar que nem só de hip hop vive o Instituto. Delírios instrumentais como a climática Verdin 2 ou a bizarra Kianca (do malucão gaúcho Flu) convivem bem com o bom remix de Juntando Coco, ancestral tema de Dona Cila do Coco. E o dub, paixão maior do grupo, solta os bichos na longuíssima Traidores da Babilônia, que fecha o disco. Nem tudo dá 100% certo. Dub do Galo, por exemplo, é uma bobagem pseudo-experimental que esbarra na chatice. Mesmo caso da mal-ajambrada Solaris, na qual Jorge Du Peixe, Pupilo e Lucio Maia (todos da Nação Zumbi) brincam de ser jamaicanos. Erros que se devem à (muito louvável) vontade de atingir o inesperado a qualquer preço; as ideías são tantas que acabam se embolando. Normal e perdoável.(Marco Antonio Barbosa)
Faixas
6
Solaris - Rica Amabis e Los Sebozos Postizos
(Pupilo, Lúcio Maia, Jorge du Peixe, Dengue, Rica Amabis)
(Pupilo, Lúcio Maia, Jorge du Peixe, Dengue, Rica Amabis)
Só mais um samba (Daniel Bozio, Rica Amabis)
Dub do Galo (Lucas Moreira)
12
Juntando coco - Cila do Coco featuring Kid Koala
Coco do pneu (Dona Cila)
Uma medalha dourada (Jaime Gonzaga do Nascimento)
Cavalheiro, rode a dama (Heleno Duarte)
A despedida (Dona Cila)
Uma medalha dourada (Jaime Gonzaga do Nascimento)
Cavalheiro, rode a dama (Heleno Duarte)
A despedida (Dona Cila)